Mais uma vez, chega a Copa das Confederações - quinta edição do torneio desde que é organizado pela FIFA.
Nas duas últimas edições, 2001, dirigida por Leão (demitido após conquistar o 4º lugar) e 2003, dirigida por Parreira (e eliminada na primeira fase), a Seleção levou para o torneio verdadeiros times C. Jogadores que, seguramente, jamais veremos usando o manto sagrado novamente, como Robert, Carlos Miguel, Cláudio Caçapa, Magno Alves e Ilan. E os resultados foram desastrosos.
Agora, depois de quatro anos, o Brasil volta a escalar seu time principal para disputar a Copa das Confederações. E aí surge a polêmica... clube não quer liberar atleta, diz que disputa competições importantes e não pode perder jogadores de nível para jogar uma taça caça-níqueis... tem atleta que quer representar a Seleção, outros querem dispensa... e a confusão está formada.
Primeiramente, a Copa das Confederações não é um torneio caça-níquel. É uma forma da FIFA integrar seleções nacionais, é um bom aperitivo para a Copa do Mundo - o que está longe de significar que quem se sair bem no torneio repetirá o sucesso na Copa - e, o mais legal disso tudo, é mais uma competição internacional entre seleções nacionais. Ora... nessa edição teremos a possibilidade de uma nova final Brasil X Argentina. Ou Brasil X Alemanha. É uma oportunidade de acirrar rivalidades, de tira-teimas... e é sempre bom ver jogos entre países, principalmente quando não se trata de amistoso.
Sem falar também na chance de pôr o time em campo para ganhar mais ritmo de jogo - integrar mais ainda a equipe que vai ao Mundial. O grupo permanecerá junto por um bom período, treinando, jogando e se concentrando. Daí a importância de levar os jogadores principais, pelo menos nas edições de véspera de Copa.
Quanto ao problema dos desfalques, essa é uma questão do nosso calendário. A FIFA se organiza de acordo com o calendário europeu, que já encerrou suas atividades. Como nosso calendário está em seu clímax, não custava nada a CBF dar uma pausa no Campeonato Brasileiro durante o torneio. Não dá para fazer isso porque temos um campeonato por pontos corridos envolvendo 22 times. Essa parada extrapolaria os prazos da competição. Ou seja, a CBF precisa organizar seu calendário. Porque ano que vem, esta época, teremos a Copa do Mundo. O Campeonato Brasileiro segue seu andamento em pleno Mundial?
Cabe à CBF enxugar mais nosso Campeonato - 22 clubes é absurdo! Ano que vem serão 20, onde a CBF pretende parar, e ainda é muito. 18 seria um número bom - 16 o ideal para uma competição turno-returno em pontos corridos. Um campeonato mais folgado significa um calendário mais folgado, e time nenhum seria prejudicado pela Copa das Confederações. O mesmo vale para a CONMEBOL em relação à Libertadores. Pára o campeonato um instante. Ele pode prejudicar seus dois principais membros - Brasil e Argentina.
Se a Copa das Confederações for valorizada, ganhará importância ao longo dos anos. E o Brasil, seleção de maior prestígio da FIFA, tem papel fundamental nisso. A França tem dois títulos. Nós temos apenas um. E aí? Vamos deixar?
Nota: A França, atual campeã, não vai defender seu título. Onde já se viu isso? Abre o olho, FIFA! Organize seus torneios de forma correta.