Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
30 junho 2006
(4) ALEMANHA 1 x 1 Argentina (2)
Chora, Argentina! (pra não dizer outra coisa)

O tão esperado clássico entre alemães e argentinos foi decidido nos pênaltis, após empate em 1 x 1 no tempo normal e sem gols na prorrogação.

Os argentinos foram dominantes no primeiro tempo, mas sem ameaçar o gol de Lehmann. Os alemães também não ameaçaram o gol de Abbondanzieri, mas Ballack quase abriu o placar em uma cabeçada após passe perfeito de Schneider, na melhor oportunidade do primeiro tempo, que se caracterizou pela batalha no meio-de-campo.

Logo no começo do segundo tempo, após escanteio cobrado por Riquelme, Ayala subiu e cabeceou no canto esquerdo de Lehmann, indefensável. Detalhe para o fato de que Klose deslocou Ayala no ar, o que ajudou o argentino a acertar a cabeçada.

Os alemães passaram a buscar o empate, principalmente após as alterações de Klinsmann, que mexeu bem, enquanto Pekerman mexeu muito mal. Pra piorar a Argentina perdeu Abbondanzieri, contundido.

Aos 35 minutos do segundo tempo, o capitão Michael Ballack cruzou, Borowski desviou na entrada da área e Klose finalizou, de cabeça, tirando do goleiro Franco. Era o empate alemão.

Nos minutos seguintes e na prorrogação nada de gol. Pênaltis. Lehmann defendeu as cobranças de Ayala, sem dúvida um dos melhores zagueiros da Copa, e de Cambiasso, autor do gol mais bonito do torneio, enquanto os quatro alemães, inclusive Ballack machucado, converteram suas cobranças.

A Alemanha fez festa, os argentinos choraram e voltam pra casa.

É uma pena que os grandes jogos desta Copa do Mundo sejam apenas emocionantes, sem grande nível técnico, tal como Portugal x Holanda. Ainda não foi visto nenhum jogo em que as equipes tenham atacado impiedosamente e forçado os goleiros a fazerem grandes defesas. Em Alemanha x Argentina, os goleiros somente foram exigidos na disputa de pênaltis. Antes não.

E este post foi escrito logo após o término do churrasco para comemorar a eliminação argentina! CHUPA, ARGENTINA!
Humberto Fernandes | 11:20 PM |
29 junho 2006
Chegando ao Fim!
Amanhã começa a fase quarta-de-final da Copa 2006. Alemanha e Argentina jogam a meio dia e Itália e Ucrânia se defrontam às 16:00 horas. No sábado mais 2 confrontos espetaculares, Inglaterra e Portugal e Brasil e França. Grandes jogos que ficarão marcados para toda a história.

Alemanha x Argentina

A anfitriã prega a cautela e o respeito aos nossos hermanos. Lehmann e o técnico Klisnmann declararam que a Argentina está em outro patamar, e que a seleção argentina joga um futebol muito técnico e por enquanto é a melhor da competição. Para este jogo Ballack e Klose que treinaram separados durante a semana estão confirmados.
A Alemanha, que até agora me surpreendeu, e vem mostrando um bom futebol, com toques rápidos, objetividade nas jogadas e vem sendo conduzida pelo lateral Lahm, o meia Ballack e o atacante Klose com maestria, terá a oportunidade de mostrar se realmente é uma seleção forte ou se os críticos sempre tiveram razão ao menosprezar a força germânica.
A Argentina, que atuou maravilhosamente na primeira fase, não repetiu o show nas oitavas de final, entretanto possui um time competentíssimo e com Maxi Rodriguez em ótima fase, Sorín e Burdisso dando aula de futebol pelas alas deverá conquistar a vitória. É a minha favorita para este duelo.

Palpite: Argentina 2 x 1 Alemanha

Itália x Ucrânia

Em minha opinião este é o jogo mais fraco, tecnicamente, das quartas de final. A Itália, que apresentou um futebol bonito e eficiente contra a Gana, caiu de produção. O futebol compacto que resultou na vitória por 2 a 0 na estréia, foi deixado em Gelsenkirchen, e contra EUA, República Tcheca e Austrália, a esquadra Azurra foi um time medíocre, inibido e sem talento algum. Contudo, a Ucrânia não possui time para vencer os italianos. O jogo contra a Suíça foi um dos piores da Copa e Shevchenko vem devendo futebol. A Azurra, mesmo com um futebol pragmático não deve deixar escapar a oportunidade de enfrentar a pior seleção desta fase da Copa.

Palpite: Itália 2 x 0 Ucrânia

Inglaterra x Portugal

Quem leu a coluna de Paulo Vinicius Coelho no Lance de hoje (29) sabe exatamente o que irei explicar.
A seleção de Portugal, além de possuir bons jogadores, possui alguém capacitado o suficiente para superar as adversidades e vencer as batalhas restantes. Este alguém é o selecionador português Luis Felipe Scolari. Vencedor de todos os jogos em que disputou em Copas, Felipão é mais que um amuleto para a seleção Lusa. Comanda com garra e habilidade de poucos. Já o English Team, que superou muitas adversidades para chegar aonde chegou, terá trabalho com a equipe Lusa, porém Eriksson conhece um pouco do futebol português, pois dirigiu o Benfica durante 5 anos. A ausência de Deco poderá ser sentida por Portugal, ao contrário da de Costinha, em que Petit, poderá suprir em grande estilo a ausência do volante. Por parte da Inglaterra, Rooney, melhor fisicamente, poderá dar trabalho ao goleiro Ricardo. Será um grande jogo, isto, é uma certeza.

Palpite: Portugal 2 x 1 Inglaterra

Brasil x França

A verdade é que não há nada de revanche para este duelo entre Brasil e França. 98 é passado, e hoje as seleções mudaram, principalmente a brasileira. No confronto de Frankfurt Kaka e Henry são os destaques de ambas as equipes, em 1998, Zidane e Ronaldo desfrutavam da atenção das câmeras, hoje sã peças importantes, porém não essenciais.
A seleção possui um favoritismo devido aos resultados desta Copa, porém no futebol apresentado, as 2 seleções se equiparam. Ambas vêm devendo futebol, e neste jogão, deverão mostrar um pouco mais do refinado toque de bola por qual as duas seleções são conhecidas. Parreira deve continuar com seu ataque de ?peso?, e Gilberto Silva deve ganhar a vaga de Emerson. Robinho, recuperado, poderá ter uma chance no segundo tempo, e assim melhorar a equipe, por questões óbvias e já cansativas neste momento de se explicar. A França, empolgada com a virada frente à azarada Espanha, não deve ser o último adversário brasileiro.

Palpite: Brasil 2 x 2 França Vitória Brasileira nos pênaltis
Anônimo | 1:50 PM |
28 junho 2006
O jogo bonito?
Parreira muda seu discurso

Primeiro, às vesperas da Copa, em entrevista ao jornal O Globo, Parreira disse que está lidando com um grupo tão talentoso que, a partir do momento que jogar a Copa, jogará bonito.

Durante a competição, Parreira muda completamente seu discurso. Diz que a história não fala de quem joga bonito, fala de quem ganha. Será mesmo, Parreira?

Então, quando vocês pensam em 74. Pensam em quê? Na Holanda. Em Johan Cruyff. Que perdeu a final para a Alemanha. No entanto, jogou um futebol tão inovador que hoje todo mundo se lembra. O mesmo vale para 54. 54 o quê? Ah, a Hungria. Puskas e Kocsis. Jogou bonito. Perdeu a final para a Alemanha. Mas todos lembram da máquina húngara de Puskas. E 82? Nem na final o Brasil chegou. Mas será que alguém esquece? Ou todo mundo não lembra daquele jogo bonito de 82?

OK. Os três exemplos foram derrotados. Mas esta é uma prova de que o jogo bonito também é lembrado pela história, SIM. Diferentemente do que diz o Parreira. A maior prova disso é... alguém lembra das Itálias vice-campeãs em 70 e 94? Ou do Brasil vice-campeão de 98? A Alemanha vice-campeã em 82, 86 e 2002? A prória Holanda, vice-campeã em 78? A Argentina de Maradona vice em 90? Não! Sempre que falamos nessas Copas, falamos apenas no campeão - à exceção de 82 quando falamos também no Brasil. Ou seja... a história guarda lugar para quem vence, assim como guarda o lugar de quem joga bonito. Claro que é melhor vencer. Mas vencer jogando bonito, como o Brasil em 58, 62 e 70; como a Argentina em 86, com certeza, conta muito mais.

E o motivo dessa queixa é... estamos vendo uma Seleção que chegou a ser comparada com 70 e 82. Lideradas por um jogador que chegou a ser comparado a Pelé e Maradona. Sendo assim... a Seleção Brasileira teria obrigação de dar show. E leitor do Globo sabe, e quem assistiu ao Troca de Passes na Alemanha, da SporTV, nesta terça à noite, também ouviu a mesma história. Parreira começou com o discurso de que iria vencer jogando bonito. Agora já mudou?

E espero que essa seleção vença por méritos próprios. Porque Parreira fala com desleixo, sem demonstrar a mínima preocupação. Pergunte a Parreira sobre a Croácia. Ou a Austrália. Ele disse que não falaria sobre os adversários. Por quê? Não sabe o que falar? Tinha se dito que Parreira havia mandado espião observar os jogos dos adversários. A ESPN descobriu, por meio da CBF, que não foi espião nenhum. E se perguntarmos a Parreira sobre a França, será o discurso genérico. "Time perigoso, campeão em 98, joga bem, é perigoso, pode marcar gols, tem um bom meio-campo, bons atacantes, marca bem..." Ou seja. Não fala nada com nada. Parreira parece não ter o menor interesse em ganhar esse título.

E, além de mudar o discurso, falou besteira. A história lembra de quem joga bonito. E às vezes lembra muito mais de que o próprio campeão. Basta sair perguntando por aí sobre um tal Johan Cruyff e o Carrossel Holandês de 74.
thiagoleal | 5:59 AM |
27 junho 2006
Espanha 1 X 3 FRANÇA
por Thiago Leal

E não é que eles amarelaram?

Cesc Fabregas. Fernando Torres. Reyes. Luís Garcia. Xabi Alonso. Xavi. Casillas. Time invicto. 100% de aproveitamento. 4x0 na Ucrânia com show de bola. 3x1 na Tunísia com show de bola. 1x0 na Arábia Saudita com um time um pouco mais relaxado, apenas se segurando para a segunda fase. Tudo parecia perfeito.

Do outro lado, a França em crise. Sem marcar gols a uma Copa do Mundo, iniciou o torneio em branco novamente. 0x0 contra a Suíça. E um 1x1 inçoso contra a Coréia do Sul. E uma vitória sofrida contra o Togo. Um 2x0 suado para conseguir a classificação, com gols marcados apenas no 2º tempo. E naquele jogo, um aniversariante foi herói. Patrick Viera, dando o passe para Thiery Henry marcar o 1º e ele próprio marcar o 2º.

Hoje essas duas forças européias se bateram. A consagrada França, a Espanha com um histórico de fracassos e decepções.

A França, desde o princípio, fora melhor em campo. Seu meio-campo, com Zidane e Ribéry, muito mais articulado que o meio-campo espanhol composto por Fábregas e Xabi Alonso. A bola chegava com maior facilidade ao ataque francês - e bem que o Malouda se esforçava, mas as finalizações não aconteciam.E a Espanha, mesmo com os bons Fernando Torres e Raúl no ataque, não via a cor da bola para finalizar. Os chutes a distância e escanteios acabavam sendo a única forma espanhola de ataque.

O primeiro gol surgiu num pênalti idiota cometido por Thuram em Ibañez. Villa cobrou bem e converteu. 1x0.

A França empataria no talento. Jogada armada pelo volante Viera, o homem da França nesta Copa, que desmontou completamente o trio defensivo espanhol liderado por Puyol. Enquanto três defensores marcavam a bola, Ribéry se deslocava livre para recebê-la e empatar a partida.

Após um segundo tempo chato onde quase nada acontecia e os goleiros Casillas e Barthez assistiam ao jogo de camarote, a Framça vira a partida numa bola cruzada - gol marcado por ele, Viera, desde já um dos destaques do Mundial.

O gol desesperou os espanhóis que partiram para o contra-ataque, fazendo a partida, apenas no seu final, ficar, finalmente, emocionante. E isso é mais fácil que equação matemática. Quem vai todo ao ataque se expõe a...? E foi o que aconteceu. Numa arrancada genial para adiar por mais um jogo sua aposentadoria, Zinedine Zidane desmontou Puyol e marcou o terceiro gol francês - golpe de misericórdia.

A França mostra que nunca deve ser subestimada e, ao contrário do que uns queriam acreditar, é, sim, uma das favoritas. E a Espanha, como sempre, amarela na hora "H". E voltam para casa mais cedo.


por Humberto Fernandes

Nenhuma novidade com a eliminação da Espanha, mas sim com a classificação da França. Veja o ponto em que chegamos: quando soube que Zidade jogaria, apostei na Espanha. Mas aí soube que Raúl também seria titular, apostei no empate. E 0 x 0, claro, como a maioria dos jogos da Copa (com ou sem gols).

Raúl representa o fim de uma geração espanhola e o começo de outra, que hoje demonstrou carregar o estigma de a Espanha nunca ter vencido nada. Zidane, em seu último torneio, também representa uma geração francesa, campeã do mundo e da Eurocopa, mas que já deu o que tinha que dar.

Pensando no futebol, no melhor time, ou no menos mal escalado, a Espanha deveria ter vencido o jogo. A França não tinha feito nada até agora na Copa. Absolutamente nada! Mas aí entra um novato, Ribéry, que o blog Camisa 10 apontou como um dos poucos destaques do time, e marca um golaço pra empatar a partida em 1 x 1, após o gol de pênalti espanhol.

O treinador Aragonés perdeu o comando do time. Envolveu-se em discussões com os franceses até dentro de campo, e isso refletiu nos seus jogadores. E ainda mexeu muito mal no segundo tempo.

No fim a experiência de Vieira, a falha da zaga espanhola, o desvio em Sérgio Ramos tirando o goleiro Casillas do lance, o gol da vitória. E pra tornar ainda mais intragável, um gol de Zidane, em contra-ataque francês. Adiada a mais que necessária aposentadoria do capitão francês.

E confesso que a final da Copa de 1998 é um fantasma da minha adolescência. Que seja exorcizado agora, de preferência com bom futebol.
thiagoleal | 6:11 PM |
BRASIL 3 x 0 Gana

[Prévia] Jogo fácil? Que nada.
Luiz Felipe Pedone
26/06/2006 às 21:10


Brasil e Gana fazem a penúltima partida das oitavas-de-final da Copa 2006. Pela primeira vez a seleção brasileira enfrenta um time africano na segunda fase de uma Copa. O jogo promete ser difícil, mesmo que o adversário não tenha uma grande história no futebol profissional.

A seleção não contará com Robinho, que sofreu um estiramento na virilha. O atacante do Real Madrid era um dos grandes candidatos para começar o jogo de amanhã. Outras mudanças são esperadas em relação aos dois primeiros jogos da seleção, mas aparentemente não será mantido o time que jogou contra o Japão, na última rodada. É provável que o técnico Parreira faça um mix entre essas duas escalações.

Gana entra em campo sem seu maior astro, o meia Michael Essien, suspenso após o segundo cartão amarelo, sofrido no jogo contra os Estados Unidos. Mesmo sem Essien, o time ganês não é fácil de ser batido. Fortes e habilidosos, os africanos irão incomodar. Dos que entrarão em campo amanhã, destaque para Stephen Appiah, o camisa 10 da equipe.

O árbitro será Lubos Michel, da Eslováquia. Experiente, tem participações importantes na EURO 2004 (fez a semi-final entre Portugal e Holanda) e na Copa das Confederações 2005 (final Brasil e Argentina), além de ter apitado dois jogos da primeira fase da Copa 2002.


[O JOGO]
por Thiago Leal

Jogando contra ninguém, Brasil faz atuação pífia. Mas mostra que é capaz de decidir como ninguém em talentos individuais

O primeiro movimento da Seleção Brasileira foi de animar. Um passe genial do genial (me permitam a redundância) Kaká para Ronaldo que, calando a boca de seus críticos (inclusive a minha, que fique claro), conseguiu uma bela arrancada e marcou um belo gol - seu gol de nº15 em Copas do Mundo, superando Gerd Müller e se tornando o maior artilheiro da história dos Mundiais.
Após o gol, no entanto, o Brasil dormiu em campo. Ronaldinho voltou a ficar apático, o que mataria o meio-campo brasileiro, não fosse a responsabilidade que Kaká chama para si. Zé Roberto, que continua batalhador, sofre uma pancada e continua em campo. O mesmo vale para Lúcio, que segue fazendo uma boa Copa do Mundo. Mesmo assim, o Brasil perde o gás e volta a fazer o jogo modorrento dos dois primeiros jogos da primeira fase. Gana, que supostamente jogaria no contra-ataque, passou a dominar o jogo, com seu time todo no campo ofensivo brasileiro, desperdiçando boas oportunidades - e o Brasil é quem fica no contra-ataque, sempre pelo meio, esbarrando na frana defesa de Gana.
A marcação brasileira foi surpreendentemente eficiente, apesar de uma falha grotesca de Juan na saída de bola que quase resulta numa finalização africana; e numa falha geral após escanteio, onde Mensah por pouco não empata para Gana - Dida defendeu no susto, com a canela.

Comparando o jogo da Seleção Brasileira com as demais... o primeiro tempo do Brasil se igualava à Inglaterra, em seu jogo contra o Equador. Até mesmo Itália e Argentina, que terminaram a primeira etapa empatando, tiveram equipes mais eficientes.
No entanto, ao final dos 45 minutos, o Brasil conseguiu um contra-ataque fatal ao ingênuo time de Gana. Desta vez, ataque pelas laterais, visivelmente carentes de marcação. E novamente brilhou o gênio de Kaká que armou jogada com Cafu, autor do cruzamento que resultou no gol ilegal, mas válido, de Adriano. Brasil 2x0. Este gol ilegal foi também o ducentésimo do Brasil em Copas do Mundo. Não foi um bom primeiro tempo, mas esse é o Brasil. Nem sempre joga bem. Mas define no talento individual e na capacidade de improviso.


O segundo tempo foi dos mais idiotas que a Seleção Brasileira já apresentou em Copas do Mundo. Gilberto Silva entrou e não mudou o time. O time inteiro se plantou na defesa, não conseguindo ligar nenhum contra-ataque - e, deu sorte do time de Gana ser tão incompetente no ataque. O time africano chegava na cabeça da área brasileira e simplesmente não sabia o que fazer. Parava a bola e chutava - isolava. Ou fazia passes errados. Cruzamentos patéticos. Mesmo assim, conseguiu encaixar dois belos ataques - duas bolas enfiadas salvas por defesas do goleiro Dida.
Juninho entrou para a saída de Adriano. Acontece o que a gente pedia? Nem tanto. Juninho entrou como volante plantado, não como volante/meio-ofensivo como se pedia. Mesmo assim, Ronaldinho subiu para a ponta-esquerda, para jogar ao lado de Ronaldo - como faz com Eto'o no Barcelona. Dava a impressão que Ronaldinho finalmente iria deslanchar. Não foi desta vez. E, com um time morto em campo, seria impossível que fizesse alguma coisa.

Próximo dos minutos finais, tivemos o que se pode dizer de uma arbitragem tendenciosa. Ontem, houve torcedor brasileiro reclamando da arbitragem que teria favorecido a Itália - não favoreceu. Apesar do erro de interpretação no pênalti que definiu o jogo, o árbitro também prejudicou a Itália ao expulsar, no início do segundo tempo, o zagueiro Materazzi de forma injusta. A expulsão matou o time italiano que fez um segundo tempo horrível - ou seja, errou dos dois lados, prejudicou os dois lados.
Aqui, além do gol de Adriano em posição de impedimento, o árbitro foi benevolente com Roberto Carlos e Dida que retardavam o jogo. OK, houveram muitas faltas de Gana que não foram punidas. Mas o juiz de repente expulsa o Gyan apenas porque o jogador tropeçou na área. Gyan tropeçou, num lance sem bola... o juiz interpretou de forma equivocada como se o jogador houvesse se jogado para cavar pênalti. Se jogar? Cavar pênalti? Num lance sem bola e sem jogador? Só se fosse louco!

Ricardinho entrou no final do segundo tempo. Entrou muito bem, pois fez o Brasil tocar a bola. E nos toques de bola, o Brasil chegou a seu terceiro gol, marcado por Zé Roberto. Ricardinho ainda vez a mágica de enfiar bola na área de Gana mais três vezes, todas as três desperdiçadas - a última, desperdiçada por Juan, após um toque mágico de calcanhar de Ricardinho. Há quem critique sua convocação. Pois é. Ricardinho fez em cinco minutos o que o restante do time não fez em 90.

Se houver de se escolher um melhor em campo, que seja o Kaká. Por alguns minutos do primeiro tempo. Ou o Zé Roberto, que teve uma marcação muito eficiente e foi eleito o melhor em campo pela FIFA. Mas se for para escolher o melhor em campo por um breve momento de brilho, eu ficaria com o Ricardinho.

E esse é o Brasil. Nem sempre joga bem. Mas, com tantos talentos individuais, resolve o jogo - e vence, mesmo jogando tão mal. 3x0, um belo placar. Vamos ver agora o que o Brasil fará contra um adversário de nível mais alto. Teve pela frente Croácia, Austrália e Japão. Agora Gana. Futuramente será França ou Espanha. Será que vai jogar do mesmo jeito?


por Humberto Fernandes

Oitavas-de-final da Copa do Mundo. Brasil goleia a surpresa Gana por 3 x 0.

Aos cinco minutos de jogo, um passe maravilhoso de Kaká deixa Ronaldo frente-a-frente com o goleiro para dar um drible lindo e abrir o placar. Nos acréscimos do primeiro tempo, Lúcio arranca com a bola dominada, passa para Kaká, que toca para Cafu cruzar (e errar!) e Adriano ampliar o placar, meio metro impedido. No final do jogo, Ricardinho lança Zé Roberto, que dribla o goleiro e põe números finais.

Não tem nada de mágico nisso. Exceto por lampejos, não há o que aplaudir. Primeiro porque o arrogante e teimoso Pé-de-Uva escalou o time que iniciou a Copa. Resultado: o time jogou muito mal. E logo hoje, quando o ataque se movimentou melhor que nas outras partidas em que a dupla de peso foi escalada. O algoz desta vez foi o meio-de-campo. Nossos volantes, Emerson e Zé Roberto, não participam do jogo. Não se apresentam ao ataque, não criam opções de passe e também não cumprem o principal, proteger a defesa. Quantas vezes Gana não tocou a bola e chegou ao gol de Dida?

Para sorte do Brasil, tanto Dida foi muito bem quanto Gana não sabe finalizar -- e isso já havia sido dito aqui no blog, depois da partida contra a Itália. E se nem os volantes nem os laterais davam conta da marcação e do combate, cabia aos zagueiros sair da área. Assim Juan cometeu várias faltas, ofuscando um pouco mais uma boa atuação. Está cada vez mais provado que a grande dupla desse time é Lúcio e Juan. Lúcio, um leão, sem faltas. Juan, preciso, habilidoso.

O que é Emerson?! Para sorte brasileira ele se machucou e foi tardiamente substituído por Gilberto Silva. Mas com o time todo mal em campo, G. Silva não se destacou, não garantiu sua posição para a próxima partida. E Zé Roberto, mais do mesmo, inclusive sendo eleito o melhor em campo. Deve ser sacanagem da FIFA.

No segundo tempo o Brasil melhorou, foi mais veloz sem Emerson e com Juninho Pernambucano, que também não fez grande partida. E de Ronaldinho Gaúcho eu já não espero um jogador dominante, apenas mais um qualquer. Infelizmente. Nem quando Adriano saiu Ronaldinho virou um atacante. Kaká também não fez boa partida. A Seleção Brasileira chegou mais vezes ao gol e levou menos pressão na etapa final, desperdiçando várias oportunidades, com Cafu, Ronaldo, Roberto Carlos e Juan.

Gana é do tipo que joga e deixa jogar. Sorte do Brasil, que aproveitou da ingenuidade africana e construiu um placar elástico, exagerado para o que foi o jogo. Apesar do Parreira, a Seleção avança na Copa.

No mais, as últimas entrevistas do "capitão" Cafu são preocupantes. Contra o Japão ele queria jogar porque "tem recordes a quebrar". Agora continua batendo no peito, aclamando por seus recordes e pelas marcas de seus companheiros -- gol 200 do Brasil para Adriano, 15 gols de Ronaldo em Copas, 100 vitórias de Roberto Carlos. A panelinha está unida! E a Seleção se perde na vaidade individual de seus astros. Pra ficar apenas nos laterais, os cruzamentos de Cafu foram péssimos, como sempre. No segundo tempo entregou seu cartão de visitas mais de uma vez, cruzando totalmente errado. E Roberto Carlos,... bom, alguém viu o Roberto Carlos?

Luiz Felipe Pedone | 12:00 AM |
26 junho 2006
(0) Suíça 0 x 0 UCRÂNIA (3)
Para se ter uma idéia do que foi o jogo, após a primeira rodada de penalidades o jogo ainda estava 0 x 0!

Suíça x Ucrânia fizeram um dos piores jogos da Copa. Uma pena gastar prorrogação com um jogo assim, afinal eram inevitáveis os pênaltis, como ficou comprovado pelo fraquíssimo futebol apresentado pelas duas seleções ao longo dos 90 minutos e dos 30 extras.

Tirando um par de bolas na trave, uma para cada lado, ainda no primeiro tempo, o jogo não teve grandes emoções. Nem médias, nem pequenas...

A Suíça volta para casa com a melhor defesa da Copa, não sofrendo gol. Invicta! A Ucrânia chega às quartas-de-final para enfrentar a Itália, para mais um 0 x 0...
Humberto Fernandes | 10:41 PM |
ITÁLIA 1 X 0 Austrália
Injustiça poética - e justa?
por Thiago Leal

Ainda não li em lugar algum resenha sobre a partida de agora há pouco. E, desde já, sei que vou me referir a um lugar comum. Porque ele é imprescindível.
A Itália comeu o pão que o diabo amassou na Copa de 2002. Cinco gols legais anulados, pênalti não marcado na prorrogação com gol de ouro nas oitavas-de-final - e ainda expulsão injusta de Totti - que culminaram com a derrota e eliminação diante da Coréia do Sul, dirigida por Guus Hiddink.

Se naquela edição a Itália fora prejudicada pela arbitragem, hoje, diante do mesmo Guus Hiddink, a Itália foi beneficiada com um pênalti marcado aos 48 minutos do 2º tempo - e o gol da vitória.

A princípio, a Itália fez um excelente primeiro tempo - e o que eu mais me perguntava era... quem escolho melhor em campo quando o jogo acabar? Cannavaro? Pirlo? Del Piero? Zambrotta? Gilardino? Toni? Ou até mesmo o goleiro Buffon? Todos fizeram um grande 1º tempo. Até mesmo Gattuso. Por parte da Itália, talvez apenas Grosso não tenha merecido destaque na etapa inicial.
A defesa italiana foi fantástica no 1º tempo, comandada por Cannavaro. Marcação quase perfeita - que, quando cometia alguma falha, tinha o Buffon como segurança. Os volantes articularam o jogo muito bem. Os alas, mais precisamente o Zambrotta, fizeram com precisão o trabalho ofensivo, além de apoiarem a marcação. E os dois atacantes desciam para receber a bola e entravam na área com precisão. Pena que Luca Toni estivesse num dia ruim para finalizar. Mas duas coisas valem de elogio à Itália do 1º tempo: *Em nada lembra aquela Itália de retrancas de meados dos anos 90. *Mesmo com um atacante de mais de 1,90m, o Toni, o time italiano dá preferência a ataques pelo chão e raramente busca o jogo aéreo. E, infelizmente, a Itália acabou o 1º tempo sem marcar. 0x0

Já a Austrália merece aplausos e aplausos. Os socceroos não jogaram de forma violenta e aprenderam como dificultar a vida do adversário. Mantendo a posse de bola. Liderou este fundamento durante todo o jogo - como sua qualidade técnica era insuficiente para marcar gols na eficiente defesa italiana, a Austrália tocava a bola com paciência. Conseguiu três bons ataques no 1º tempo que pararam nas mãos de Buffon. E, na defesa, continuou com a marcação furada que predominou durante toda a Copa e, por sorte, Toni estava com a pontaria ruim.

O segundo tempo marcou diferença entre as duas seleções. A Austrália voltou em campo de uma forma que, talvez num passe de mágica, surpreendeu a Itália. Ataque muito mais eficiente que na primeira etapa - principalmente pela mobilidade do meio-campo, liderada Cahill - o melhor do jogo, disparado. Culina, homem de marcação, também foi muito bem. A exemplo de Chipperfield. E a Austrália acabou dominando a partida, obrigando a Itália a teroceder àquela retranca dos anos 90 e viver de contra-ataques. O que prejudicou os australianos foi a incompetência de Viduka no ataque. Só nos minutos finais da partida Hiddink ousou, tirando o ala Sterjovski e colocando o atacante Aloisi. Mas pouco adiantou.
A Austrália evoluiu em muito seu futebol e jogou como gente grande. Mas ainda é muito desorganizada - e esse foi o fator principal da derrota.

Aos 48 minutos, quando o jogo estava para acabar, Grosso iniciou bela jogada pela esquerda - o que, até então, não havia feito o jogo inteiro. Entrou na área. Neill desceu para a marcação e caiu no chão. Grosso tropeça em Neill e cai. E o juiz, em cima do lance, interpretou como pênalti - uma interpretação errada, de meu ponto de vista. Totti cobrou e definiu a partida. Itália, classificada, 1. Austrália, fim do sonho, 0.

E a Itália em 2002, dirigida por Giovanni Trappatoni, fora eliminada pela Coréia do Sul, dirigida por Guus Hiddink, graças a um erro de arbitragem. Hoje, poeticamente injusta, ou justa, venceu Guus Hiddink, hoje comandando a Austrália, graças a um erro de arbitragem. Injustiça poética - e justa?

Nota: é incrível a confiança que a equipe italiana passa em campo - mesmo quando não joga bem, mesmo quando dominada pelo adversário, não dá para imaginar este time sendo derrotado. Talvez Buffon, lá atrás, seja a base dessa confiança. Continuo afirmando meu favoritismo à Seleção Italiana. E acredito que só duas Seleções podem bater a Itália neste Mundial: Alemanha ou Argentina. É esperar para ver. Porque, com a personalidade que a Itália joga, é muito difícil batê-la.


Humberto Fernandes

O Thiago já comentou muito bem o que foi o jogo entre Itália x Austrália, então quero apenas complementar.

A Itália perdeu o zagueiro Materazzi expulso no começo do segundo tempo, no primeiro dos dois grandes erros da arbitragem. O segundo, claro, foi maior e decidiu o jogo: o pênalti em Grosso nos acréscimos. Porém, "ao vivo" acreditei que havia sido falta, mas no replay ficou claro que não.

A Itália foi melhor no primeiro tempo, com as melhores chances de gol, nos pés de Luca Toni. Que centroavante! Pra ele era bola no alto, e ele ganhava a maioria. Os italianos chegaram bastante principalmente enquanto Del Piero esteve bem. Depois ele sumiu.

Já a Austrália merece muitos elogios. Ainda abusa muito do jogo aéreo, mas se é o que o time pode fazer, então que seja assim. Guus Hiddink parece ser o tipo de treinador simples, que não inventa. Explora do seu time o que ele sabe fazer de melhor.

No segundo tempo a Itália se segurou como pôde. Marcello Lippi precisou sacar Toni para recompor a defesa após a expulsão de Materazzi. A Austrália adiantou timidamente o time em campo, nada muito arriscado. Mas a Itália vivia um drama. E parecia certa a prorrogação, a segunda da Copa, talvez a primeira disputa de pênaltis. Cheiro de zebra no ar... e então o lance decisivo, do pênalti, do gol da vitória. E a Itália não voltou pra casa mais cedo.

Não foi só o Brasil que penou diante da Austrália. E a Itália por pouco não viu a cor da derrota hoje. Tal como a Inglaterra, vai escorregando, mas vencendo.
thiagoleal | 2:35 PM |
As imagens de Portugal e Holanda

A Copa da Alemanha viu ontem sua segunda partida histórica - coisa que não se via desde Argentina X Romênia e Brasil X Itália de 1994, já que as Copas de 98 e 2002 não guardam nenhuma partida memorável.
A primeira, os 6x0 da Argentina na Sérvia & Montenegro. E a batalha campal de Portugal e Holanda, sem dúvida, entraram para a história - o jogo mais violento da história moderna das Copas - ou seja, 1970 pra cá.

O saldo do jogo, apitado pelo russo Valentim Ivanov foram 16 cartões amarelos e 4 vermelhos - todos os 4 resultante de 2º cartões amarelos. Mas bem que poderiam ter saído cartões vermelhos diretos, fora erros de arbitragem, como a entrada criminosa do português Nuno Valente em Arjen Robben (foto ao lado), dentro da área, onde não saiu nem pênalti nem cartão.

A resenha do jogo está abaixo, por Humberto Fernandes. Confira aqui as imagens da partida..


<-- Cristiano Ronaldo grita de dor ao ser atingido por Boulahrouz


Deco expulso após retardar a partida -->












<-- Boulahrouz também ganha seu vermelhinho






Costinha leva vermelho por mão na bola proposital -->


<-- Gio VanBrockhorst e o 4º vemerlho da partida (não necessariamente nessa ordem, já que, na verdade, foi o 2º)

Robben e uma joelhada em Figo no melhor estilo muai-thay (boxe tailandês, kick-boxing) -->

Uma pequena amostra do clima de amizade da batalha de portugueses e holandeses
thiagoleal | 8:42 AM |
25 junho 2006
PORTUGAL 1 x 0 Holanda
Começou a Copa do Mundo! Portugal e Holanda fizeram o jogo mais emocionante da competição, nem tanto pela qualidade técnica, mas pela emoção do segundo tempo.

Uma pancadaria só. Deslealdade, falta de fair play, agressões... houve de tudo um pouco. O juiz se perdeu, expulsou quatro quando podia expulsar oito, deu cartão amarelo pra todo mundo... e no fim Felipão levou a melhor.

O gol da vitória foi marcado por Maniche, após passe de Pauleta na área, ainda no primeiro tempo. Um chute indefensável mesmo para Van der Sar. Na primeira etapa os portugueses foram mais eficientes, enquanto a Holanda pouco assustava, menos quando o zagueiro Boulahrouz acertou uma solada na coxa de Cristiano Ronaldo, que acabou por tirar o atacante do jogo, vários minutos depois, chorando.

Portugal perdeu Costinha, expulso por interceptar a bola com a mão. Por que, raios, um jogador põe a mão na bola no meio-de-campo?

No segundo tempo a Holanda atacou mais, até porque Portugal não tinha mais atacantes em campo, já que Pauleta foi substituído por Petit para recompor o meio-de-campo. E os holandeses mandavam na posse de bola, mas os portugueses conseguiam se segurar.

Então começou o "jogo": Figo deu cabeçada, levou amarelo e pode ser suspenso pela FIFA. Minutos depois, Boulahrouz acertou uma cotovelada em Figo e foi expulso. Mais tarde, a Holanda deveria devolver a bola para Portugal, no famoso fair play, mas não o fez. Heitinga partiu com ela dominada, enquanto os portugueses apenas olhavam. Aí Deco desferiu um carrinho voador e levou apenas amarelo, que seria completado por outro amarelo e um vermelho por atrasar a cobrança de uma falta.

De novo com um jogador a menos, Portugal resistiu e teve chance de matar o jogo, mas não chegou ao segundo gol. Nos acréscimos Van Bronckhorst foi expulso, completando o "jogo", que entra para a história.

Isso é Copa do Mundo! Uma batalha de Portugal x Holanda, ao contrário da pelada Inglaterra x Equador, que iniciou o dia.

Inglaterra x Portugal se enfrentam nas quartas-de-final. Os portugueses não contarão com Deco e Costinha. Figo pode ser suspenso e Cristiano Ronaldo é dúvida. Os ingleses devem repetir o mesmo time que venceu o Equador hoje.

E como bem lembrou o Juca Kfouri, Felipão já derrotou a Inglaterra duas vezes: na Copa de 2002, pelo Brasil, e na Eurocopa de 2004, por Portugal. E ainda recusou o convite inglês para dirigir o English Team.
Humberto Fernandes | 7:22 PM |
INGLATERRA 1 X 0 Equador
English Team se resume a fazer seu homework
Thiago Leal

Não dá pra entender esse time inglês. Como um time com um meio-campo formado por Steven Gerrard, Frank Lampard, David Beckham e Joe Cole não consegue convencer?

De todas as suas partidas, até agora apenas em Inglaterra 2 X 2 Suécia o time inglês se apresentou realmente bem - mesmo assim, apenas no primeiro tempo.

Contra o Equador, hoje, a Inglaterra foi extremamente apática em campo. A apatia refletida na defesa, em Gerrard (esse, até agora, tem sido a maior decepção inglesa na Copa do Mundo) e em Cole (depois de uma ótima primeira fase, fez um jogo preguiçoso, sem mostrar sua capacidade). Beckham, o melhor em campo - e autor do gol decisivo, de falta, para não perder o costume. Não fosse a perna direita abençoada de Beckham, talvez o jogo ainda tivesse 0x0. Porque o que faltava de talento no time equatoriano sobrava em vontade - e eles lutaram muito. Pena que em vão.

Frank Lampard foi, talvez, depois de Beckham o melhor em campo. Volante ofensivo, atuou quase como atacante sempre se posicionando para receber a bola na cabeça da área adversária e buscando jogada ofensiva com Wayne Rooney. Já o menino prodígio inglês da vez não viu muito a cor da bola. Quando viu, foi muito marcado e pouco pôde fazer - vale lembrar que Rooney ainda não aparenta 100% em forma após sua contusão.

Talvez os momentos ingleses mais agradáveis na verdade tenham sido os minutos finais, quando o jovem Aaron Lennon entrou em campo, substituindo Beckham. O garoto chega com muita vontade e gás para gastar - e, notavelmente, tem muito talento. Sem Owen no ataque, bem que Eriksson poderia pensar em adiantar o Lennon e utilizá-lo como atacante - já que agora o Rooney está sozinho lá na frente e o Crouch é uma escolha para quando o time não conseguir jogar com a bola no chão e ficar à mercê do jogo aéreo.

Novamente, a Inglaterra se resume ao dever de casa - vence Equador por 1x0 e se classifica. Terá pela frente Potugal ou Holanda - jogão, espero, de logo mais. Por enquanto, a Inglaterra tem sido o arroz-com-feijão básico, vencendo as partidas que precisa de forma simples e burocrática. E, se o "quarteto fantástico" (cada seleção tem o seu) do meio-campo inglês (Gerrard-Lampard-Beckham-Cole) não jogar o que sabe, dificilmente a Inglaterra terá chances de título. Agora... se esse meio-campo acordar... os ingleses podem sonhar alto. Até porque, que Seleção nesta Copa tem uma quadra do quilate de Gerrard e Lampard (volantes ofensivos talentosíssimos) + Backham e Cole mais na frente, prontos para municiar o ataque de Rooney? Basta jogar com um pouco de seu potencial e se chega lá. Então? Estão esperando o quê? ACORDEM!!


Humberto Fernandes

Decepcionante, pra dizer o mínimo. É o adjetivo que melhor descreve o time inglês. O importante é vencer, mas ganhar do esforçado Equador por 1 x 0, em gol de bola parada, sem méritos, é pouco para a Inglaterra.

Sven-Goran Eriksson preferiu escalar o time com cinco jogadores no meio de campo e apenas um atacante, o que teoricamente daria mais liberdade para o quarteto fantástico, Beckham, Cole, Gerrard e Lampard. Porém os equatorianos não afrouxaram a marcação e também tentaram jogar, forçando os ingleses a abusar do lançamento, pra não dizer chutão.

De novo, o mesmo erro: chutar da defesa para o ataque, pulando o meio-campo, que é onde se encontram os melhores jogadores ingleses. Se a bola não passa pelo meio, vem quadrada para Rooney se virar sozinho no ataque.

No geral o jogo foi ruim, sem grandes oportunidades de gol, exceto uma logo no começo em falha de John Terry, que Tenorio chutou bem mas Ashley Cole se atirou e desviou, fazendo a bola tocar o travessão e sair. Tal qual o México ontem contra a Argentina, se o Equador tivesse mais talento dentro de campo, principalmente uma pontaria mais apurada, poderia ter vencido.

A Inglaterra terá que se aplicar muito mais do que isso para vencer Portugal ou Holanda.
thiagoleal | 2:00 PM |
Robinho sente a coxa e vira dúvida para terça
Fisgada em treino põe em xeque entrada de Robinho como titular contra Gana

Robinho vem devagar pela esquerda. Recebe um passe de Kaká, chuta e... gol! Calma... é só um treino. Um segundo depois, Robinho se vira, fazendo careta, põe a mão na coxa e sai mancando, deixando o restante do elenco preocupado.

O médico da Seleção, Dr. Runco, deifiniu a contusão apenas como uma "fisgada", e, a princípio, não dá para saber a gravidade. O atleta está apenas fazendo tratamento à base de bolsa de gelo e amanhã deve ser examinado para saber o que aconteceu.

Renato Gaúcho, em palavra ao Troca de Passes da SporTV, disse que, por sua experiência, quando o atleta tem a reação de Robinho - ou seja, pára, põe a mão na perna e começa a mancar - é porque não é coisa simples. Para Renato, Robinho passa no mínimo uma semana de molho e ficaria de fora da partida contra Gana.
Para Arnaldo Ribeiro da Revista Placar deu exatamente a mesma declaração. "Do jeito que ele chutou e sentiu, virando ali e mancando, é coisa séria", dando indicação que Robinho não jogue contra Gana para não agravar a possível lesão.

Esperemos uma posição oficial do Departamento Médico da CBF.





















Robinho contunde a perna e deve ficar de fora contra Gana
thiagoleal | 4:20 AM |
24 junho 2006
ARGENTINA 2 x 1 México
Humberto Fernandes

É, Argentina, desta vez foi por pouco! Mas quem diria que o México, aquele time cretino que não ganhou sequer de Angola, daria tanto trabalho? Que venha a Alemanha, no jogo mais esperado da Copa do Mundo!

Diante do México, a Argentina fez sua pior exibição na Copa. Digna de Brasil contra Croácia ou Austrália. Poucos jogadores se salvaram. E a sorte ajudou e muito, porque o México fez 1 x 0, gol de Rafa Marquez, o "faz-tudo" mexicano, aos 6 minutos de jogo. E a Argentina achou um gol de Crespo, que desviou a bola antes de Borgetti marcar contra, aos 10 minutos.

Depois do gol de empate o jogo esfriou e o primeiro tempo foi fraco, muito abaixo do esperado. A verdade é que a Argentina não esperava um time mexicano tão bem disposto.

O jogo melhorou no segundo tempo, com o México dominando a posse de bola. O treinador Pekerman demorou muito para mexer no time, e quando mexeu tirou Cambiasso, que fazia a ligação com o ataque, já que Riquelme não apareceu.

Não houve grandes oportunidades de gol, os goleiros não fizeram grandes defesas. Os argentinos poderiam ter vencido o jogo nos acréscimos, mas o bandeirinha marcou um impedimento inexistente.

Na primeira prorrogação da Copa, Sorín lançou Maxi Rodriguez na quina da área, e este matou no peito e chutou de esquerda, de primeira, acertando o ângulo do goleiro Sanchez. Um golaço, histórico, que decidiu o jogo. Se fosse um goleiro maior talvez o chute fosse defensável, mas "se" não ganha jogo.

Contra a Alemanha, a Argentina terá que jogar como no segundo jogo da primeira fase, quando goleou Sérvia & Montenegro. Aliás, talvez esses 6 x 0 tenham sido maléficos para as pretensões argentinas. Eles não podem, de maneira alguma, pensar que são tão bons como naquele dia. Talvez isso tenha afetado o time hoje.


Thiago Leal

Que susto, Pekerman!!

Eu já estava vendo esse filme - e título. Muito provavelmente chamaria de "que tal pintar a camisa de amarelo?" ou algo do tipo. Mas ver a Argentina amarelar em uma Copa do Mundo não iria ser novidade.
A Seleção sobre a qual se colocou tanta responsabilidade - a que mais foi elogiada, referenciada, etc. - parece não ter entrado em campo hoje. Ou melhor entrou... mas mostrou que tem pontos fracos como qualquer outro time. Sim, eles são humanos!
Riquelme mostrou o que sempre impediu sua carreira de estourar: o craque sempre pipoca quando a responsabilidade pesa em suas costas. Tevez, que entrou no segundo tempo, deve ter percebido que numa Copa do Mundo não é tão fácil quanto quando se joga um Campeonato Brasileiro, e desta vez não foi bem; Messi viu que é preciso primeiro chegar a Mário Kempes para até então poder aspirar ser um novo Maradona. E Crespo & Saviola tiveram seu dia de Ronaldo & Adriano - o dia de ineficiente.

O susto veio aos 4 minutos quando Rafa Márquez, um dos nomes do jogo, abriu o placar para o México após uma falha gritante na defesa argentina, após cobrança de falta. E alguns minutos depois, após escanteio, Crespo (ou seria Borghetti contra?) se aproveitou de falha de zaga mexicana para empatar.

E aí começou o pesadelo. A Argentina simplesmente não sabia o que fazer para entrar em território inimigo. E, passada dos volantes, a bola ficava sem destino. Os sul-americanos não atacavam - ou, quando atacavam, pela lateral com Sorín, era com dificuldades. A defesa lá atrás, no entanto, segurava a barra - e fica claro aqui uma outra face do esquema de Pekerman. Quando Sorín sobe para apoiar o ataque e virar ponta-de-lança, o lateral direito - geralmente Burdisso, hoje Escalone - recua e o time vira um 3-5-2 fechadinho. Assim, se não marcava, a Argentina também não sofria. E, claro, contou com a incompetência de seu atacante. Borghetti fez uma partida horrível.

O México melhorou quando mecheu no time. O brasileiro naturalizado mexicano Zinha entrou muito bem e pareceu descobrir o jeito de abrir o cadeado argentino. Mas parava no paredão Abbondanzieri. E do lado de lá, a Argentina não sabia o que fazer para quebrar o paredão mexicano. Tevez e Messi pegavam a bola, não entravam na área. Se passavam por um ou dois, caíam diante do terceiro marcador. Riquelme tinha dificuldade para armar jogadas. Talvez porque Máxi Rodríguez não conseguisse se posicionar. Sorín pasava em velocidade pela esquerda... em vão. Aimar entrou com vontade, se mexia, recebia a bola... e perdia. Estava dando tudo errado. E assim, o jogo ia para a prorrogação - após o bandeirinha matar uma enfiada legal para Aimar, que passou para Messi empurar por gol, no entanto a bandeira já estava em pé, anunciando o impedimento errado de Aimar. Mais um erro grave da arbitragem - o primeiro desde os pênaltis não dados em Gana.

Com o jogo truncado, em plena prorrogação, duas defesas fechadas e dois ataques horríveis, tem algo que pode resolver. Aí é que entra um fator que decide jogo: talento.
E talento, mi amigo, Sorín tem de sobra. Visão de jogo também. Da ponta esquerda, o lateral-meia-atacante viu Máxi Rodríguez livre na ponta-direita. E levantou com a precisão de um Gérson. E, com a precisão de um Marco VanBasten ou mesmo de um Roger - aquele do Corinthians, que tem algum talento quando deixa de preguiça e resolve jogar futebol - Máxi Rodríguez pegou a bola "na veia". De primeira, sem pulo, Máxi pegou com precisão e força. Direto pro gol. Golaço. Um certo "traidor" que torcia pela Argentina (e não vou mencionar quem é) soltou o grito preso na garganta como uma desabafo: GOLAÇO! GOLAÇO! GOLAÇO! GOLAÇO!

E aí foi só fazer o joguinho argentino de sempre quando se está sob pressão. Mantém a bola... segura... fica com ela... catimba um pouquinho. E foi só esperar a prorrogação terminar, para, com um pouco mais de tranqüilidade - algo que não houve durante todo o jogo - garantir a vaga nas quartas-de-final. Missão cumprida. Não houve febre amarela.
A questão agora é uma... qual é a Argentina? Aquela da primeira fase? Ou essa? Bom... de qualquer forma, é bom que os rapazes vestidos de albiceleste se decidam. E rápido. Porque, se jogar esse futebol contra os donos da casa alemães... a Argentina adia seu sonho por mais quatro anos e volta pra casa bem cedinho...
Humberto Fernandes | 6:47 PM |
ALEMANHA 2 x 0 Suécia
Na abertura das oitavas-de-final da Copa do Mundo, a Alemanha confirmou seu favoritismo e derrotou a Suécia por 2 x 0, com dois gols de Podolski.

O jogo foi mais fácil do que se esperava. Os alemães souberam dominar toda a partida e construir o placar logo no começo do primeiro tempo. Não é surpresa ver o time da Suécia impotente, como em toda a primeira fase, mas podiam ter feito um pouco mais. Enquanto isso deu gosto ver a Alemanha em campo.

Os gols alemães saíram em jogadas trabalhadas, com trocas de passes e assistências de Klose, o artilheiro da Copa, para finalização de Podolski aos 4 e aos 12 minutos. Quando os suecos acordaram já perdiam por dois gols.

E acordaram com Ibrahimovic, meia-bomba por natureza e hoje ainda meia-bomba fisicamente. Nunca vi uma boa atuação do atacante. Nunca. Enganador nato, cheio de graça. Joga porque tem nome. (Observação: eu nunca vi um bom jogo dele, talvez alguém já tenha visto).

A Suécia não fez um bom primeiro tempo. E ainda perdeu o zagueiro Lucic, expulso pela rigorosidade de Carlos Eugênio Simon.

No segundo tempo os suecos tentaram partir pra cima e conseguiram um pênalti logo no começo. Larsson na cobrança, mau sinal. Larsson é aquele atacante que só faz gol quando a bola bate nele e entra. E no pênalti isolou a bola lá em Estocolmo!

Depois disso os suecos praticamente desistiram. O show alemão continuou, em um futebol envolvente. Hoje Michael Ballack ganhou um fã. Impressionante como ele se posiciona bem em campo, chama o jogo, distribui as bolas com uma visão invejável. E passes perfeitos, nada de disparar tijolo pra cima dos companheiros. Chutando de fora da área, acertou a trave.

Aliás, a Alemanha chutou muito a gol, forçando o goleiro Isaksson a se destacar na partida para evitar uma goleada. Todo o meio-de-campo alemão, com Frings, Schneider, Ballack e Schweinsteiger, funcionou perfeitamente. E no ataque, Klose deu até caneta e drible-da-vaca.

Ao contrário do que era previsto, ver a Alemanha em campo é um prazer. Tem sido assim em toda a Copa.

Nas quartas-de-final a Alemanha enfrenta o vencedor de Argentina x México.


Thiago Leal

Cada vez mais confiante, a Alemanha segue firme na competição

Ufa!! Já foram as oitavas-de-final, com 100% de aproveitamento... e aquela Alemanha que, às vésperas da Copa, causava arrepio em seus torcedores, agora já os deixa mais tranqüilos.Para os que dizem que na primeira fase da Copa a Alemanha não teve nenhum teste difícil... não é agora que vai mudar de opinião. A Suécia protagonizou uma grande decepção nesta Copa do Mundo. Com grandes jogadores como Allback, Ljungberg, Larsson e... putz!! Ibrahimovic... esperava-se mais do time sueco. Não ir mais longe de que as oitavas, porque enfrentar os donos da casa, de fato, é duro. Mas jogar com um pouco mais de qualidade mesmo.

A apresentação sueca desta tarde repetiu àquela noite patética em que enfrentou o Paraguai. Os laterais presos lá atrás, como se fosse uma linha de quatro zagueiros. Um meio campo inerte e uma bola que mal chegava aos pés de Larsson e Ibra, lá na frente. Lehmann pouco foi exigido durante o jogo - as jogadas mais produtivas viam dos pés de Ljungberg, pela esquerda, em velocidade. Larsson esteve tão apático quanto em suas partidas pelo Barcelona e o Ibra, vindo de uma lesão relativamente leve, pouco pôde fazer. Pra piorar, aos 35 do 1º tempo o zagueiro Lucic foi expulso. E aos 7 do 2º, Larsson isolou um pênalti - parecia até ter batido um tiro de meta. Daí, o time sueco morreu e se entregou em campo.

Já a Alemanha, bom... o time não é lá essas coisas. Mas Schweinsteiger, Lahm, Klose e Podolski tem sido um Quarteto um pouco mais Fantástico que aquele da camisa amarela com cinco estrelas. Miroslav Klose, sem dúvida, o homem do jogo. Maestro no ataque que desce à cabeça da área para apoiar - e assim, armou os dois gols marcados pelo compatriota Podolski. Aqueles dois que destaquei no post do dia 21, que brigaram durante a semana e brilharam no jogo contra o Equador. Pois é... poloneses filhos de alemães, a dupla segue sendo a melhor dobradinha germano-polaca desta Copa do Mundo. A Alemanha não precisou de muito para vencer a Suécia. Bastaram os dois gols de Podolski e foi só administrar o resultado. OK, teriam feito mais não fosse a espetacular atuação do goleiro sueco Isaksson. Klose e Lahm foram incansáveis em campo e o polonês-mor buscava seu gol a todo custo, para manter a artilharia do Mundial que lidera com quatro gols. Não foi desta vez. Mas valeu para os Alemães. A cada vitória, o time fica mais confiante - e confiança ajuda, muito, na busca por um título, meu amigo. Será impossível? Veremos...

P.S.: Todos já falam no confronto "Alemanha X Argentina" das quartas-de-final. É o que eu acredito e torço... afinal, a Argentina está com um futebol pra lá de afiado - o melhor desta Copa, até agora. Mas não vamos esquecer que a Argentina tem pela frente um dos times mais encardidos do futebol mundial, que é o México. O México não está jogando NADA este Mundial e, se meu palpite prevalecer, vai tomar uma goleada dos argentinos. Mas estamos falando de futebol e qualquer coisa pode acontecer. E espero que a Argentina raciocine exatamente assim: tijolo a tijolo... porque apressado come cru. Se entrar em campo de salto alto, pode levar uma queda de rachar a cabeça. Então vamos passo a passo que tudo dará certo. Vamos, vamos, Argentina!! Fuerza!!

E que possamos ter esse belo confronto de Campeões Mundiais nas quartas-de-final.
Humberto Fernandes | 2:00 PM |
23 junho 2006
Espanha 1 x 0 Arábia Saudita; França 2 x 0 Togo
De manhã, uma pelada. Já classificada, a Espanha escalou 11 reservas para derrotar a Arábia Saudita por 1 x 0. À tarde, a França suou para derrotar Togo e garantir sua classificação para as oitavas-de-final.

Sobre a Espanha, pouco a comentar. Afinal, foi um jogo atípico. E no segundo tempo a Arábia engrossou e quase arrancou um empate. Mas os espanhóis confirmaram o 100% de aproveitamento.

Enquanto isso, a Tunísia, ainda com chances de classificação, foi derrotada por 1 x 0 pela Ucrânia, gol de pênalti de Shevchenko. Detalhe para o técnico, o "Parreira tunisiano": precisando da vitória para se classificar, o treinador escalou apenas um atacante, que foi expulso ainda no primeiro tempo. Perdendo por 1 x 0, o treinador esperou até os 35 minutos do segundo tempo para colocar dois atacantes em campo. Sua justificativa? Segurar a Ucrânia até os 20 minutos finais e então partir pro ataque. Sem comentários.

A França penou todo o primeiro tempo e o começo do segundo antes do gol de Vieira. Minutos depois Henry fez o segundo e garantiu a classificação. No outro jogo, a Suíça derrotou a Coréia do Sul também por 2 x 0 e ficou com a primeira posição.

Mas vamos ao time francês. Sem Zidane, foi a melhor apresentação da equipe na competição. Com Malouda e Ribéry no meio-de-campo e Henry e Trezeguet no ataque, os franceses foram mais perigosos. Não sei que falta faz Zidane nesse time, se é que faz falta. Mas é Zidane.

França x Espanha se enfrentam nas oitavas-de-final, enquanto a Suíça, único time a não levar gol, pega a Ucrânia.
Humberto Fernandes | 6:21 PM |
22 junho 2006
Brasil 4 x 1 Japão

[Prévia] Era para ser uma festa...
Luiz Felipe Pedone

21/06/2006 às 19:15

A seleção brasileira chega ao último jogo da primeira fase classificada, mas nem um pouco contente. Mesmo com as vitórias, o bom futebol que a fez favorita não apareceu. Do outro lado, o Japão joga todas suas esperanças contra o Brasil, além de ter que torcer contra a Austrália. Tudo podia ser uma festa, caso o Brasil tivesse jogado como esperado e o Japão feito algo mais que perder e empatar.

O técnico Zico terá que bater seu país caso queira chegar a segunda fase. A humilhante derrota no primeiro jogo contra a Austrália e a ineficiência do ataque no segundo, fizeram as chances japonesas nesta Copa serem quase nulas. Sem ter seu capitão e principal homem de zaga, Tsuneyasu Miyamoto, o Japão terá uma difícil tarefa em Dortmund.

Sobre a seleção brasileira pouco se sabe. O técnico Carlos Alberto Parreira, alvo de inúmeras críticas pelas péssimas atuações, não divulgou o time titular, como fez nas últimas duas partidas e antes da Copa. Além disso, quando mais se espera treinamento, o técnico não o faz. Vá entender o que se passa na cabeça do pessoal da comissão técnica...

Quatro jogadores receberam cartão amarelo e podem ser poupados. Emerson, Cafú, Ronaldo e Robinho são os pendurados.

O árbitro é o francês Eric Poulat, que fará sua estréia em Copas.

Curiosidade: O jogo acontece em Dortmund, no mesmo estádio que o Brasil foi eliminado em 1974, pela Holanda. Caso a seleção vença ou empate amanhã, jogará as oitavas-de-final neste mesmo lugar.

[O Jogo]
por Humberto Fernandes

E agora, Pé-de-Uva? O que fazer? Tudo bem que foi contra o Japão, mas o Brasil apresentou hoje seu melhor futebol. É, os japoneses não marcam tão bem assim quanto Croácia e Austrália, mas quem é que vai dizer que o time brasileiro não deu show? Viva aos reservas!

Até Ronaldo ex-Fenômeno fez gol! E dois! Ronaldinho Gaúcho se movimentou, tabelou, deu passe pra gol. Kaká menos, não jogou bem e isso é bom, provando que o Brasil não depende dele tanto quanto parecia.

Cicinho absoluto na lateral-direita. Confesso que não o vi acertar um cruzamento, mas o passe que ele deu para o gol do Ronaldo, de cabeça, é melhor que qualquer cruzamento que o Cafu tenha dado até aqui. E sua movimentação e velocidade pela direita criam uma outra opção de ataque para a Seleção. Lembrando que no lance do gol japonês Cicinho estava lá, dando combate. O passe foi nas costas de Lúcio. Ou seja, Cicinho não compromete a defesa como alguns alegam.

Gilberto apareceu menos, mas fez o seu papel. Melhor que Roberto Carlos contra a Austrália. Fez até um gol, em passe magnífico de Ronaldinho Gaúcho. Robinho justificou o motivo de entrar apenas no segundo tempo. Até começou bem o jogo, mas sumiu no segundo tempo.

Gilberto Silva e Juninho Pernambucano no meio-de-campo deixaram o time muito mais técnico, sem perder a eficiência na marcação. Pronto, Pé-de-Uva, se vira com Emerson e Zé Roberto agora! Juninho fez um gol, chutando de longe, em falha do goleiro japonês, que em compensação já havia impedido um gol dele no primeiro tempo.

Fez todo sentido a piada dos últimos dias, que reproduzia uma imaginária conversa entre Zico e Pé-de-Uva:
Zico: "Pô, Parreira, o Brasil já está classificado, o Japão ainda está na briga, eu sou brasileiro, dá uma mãozinha aí!"
Pé-de-Uva: "Claro, Zico. O que você quer? Que eu escale os reservas?"
Zico: "NÃO, os reservas NÃO!"

Mas nem tudo é perfeito. Que diabos Pé-de-Uva queria colocando Rogério Ceni faltando dez minutos pra acabar o jogo? Se era pra ele fazer gol, colocasse logo no lugar do Ronaldo ex-Fenômeno! Por que não colocar o Fred? Ou trocar um dos zagueiros, sei lá. Mas goleiro?!

Foi ótimo que o Brasil tenha goleado. Quando o Japão fez 1 x 0, logo pensei, "pronto, amanhã o maior sábio do futebol mundial, Pé-de-Uva, vai a público dizer que entende tudo de bola e que não deveria ter escalado o time reserva". Mas deu tudo certo, prevaleceu o talento e o Brasil goleou, em sua melhor atuação no mundial. E a imprensa vai acordar gritando pelos reservas. E conhecendo o Pé-de-Uva como conhecemos, entre a mediocridade e o show, ele vai optar pela primeira opção. Infelizmente.

Mudanças boas e ruins
Luiz Felipe Pedone

22/06/2006 às 22:20


A seleção que venceu hoje pareceu mais brasileira, mas nem um pouco Parreira. A defesa falhou muito e não creio que as mudanças do meio para trás continuem para o próximo jogo.

Os laterais não devem voltar. Cicinho jogou mal, mesmo participando do primeiro gol. No gol japonês, errou na marcação e deixou Lúcio numa situação complicada. Além do mais, poucas vezes ele foi consistente na lateral. Se você acha que lateral é feito pra atacar e dane-se a defesa: Cicinho merece a vaga. Para mim, não. Gilberto também jogou mal, mas marcou gol. Roberto Carlos e Cafú de volta, já!

Juninho jogou bem e parece ser uma injustiça deixá-lo no banco. Talvez este seja o ponto mais complicado para Parreira, já que o outro volante, Gilberto Silva, não foi nem 1/3 do Emerson.

Robinho no lugar de um centro-avante. Acho que esta é a mudança que todos pediram e que mais fez efeito. Quem sai? Eu diria Ronaldo, mas o Fenômeno melhora a passos largos. Talvez um revezamento entre Adriano e Ronaldo, cada um jogando um tempo, fosse uma possibilidade interessante.

R9 marcou dois gols, empatou com os 14 de Gerd Muller e parece mais em forma que no último fim de semana. Sem a técnica e velocidade de antes, é verdade. Mas cada dia melhor. Eu ainda acho que ele pode ser um diferencial nesta Copa.

Finalmente Ronaldinho Gaúcho jogou bem. Finalmente! Fez um belo passe para Gilberto e foi muito mais participativo. Que pode jogar muito mais, todos nós sabemos.

O próximo jogo é contra Gana, um adversário perigoso e rápido. Vamos ver qual tipo de seleção aparece em campo, a brasileira ou a de Parreira.

Thiago Leal

Até que enfim... o futebol pentacampeão do mundo entrou em campo

A Argentina já havia o feito. Espanha também. Alemanha... e até mesmo a Ucrânia. Ou até aquelas Seleções que não "golearam", como Itália e Inglaterra. Faltava a Seleção Brasileira atuar de forma convincente. Já não era sem tempo...

Ontem, quase tudo funcionou. Ronaldinho, finalmentem, foi bem com a camisa da Seleção e faz tudo que se reclamava quando não fazia. Apresentou-se para jogo, contra o time japonês sua habilidade deu certo... deu o passe para os três primeiros gols... foi o melhor em campo.

Robinho foi bem - finalmente. Uma equipe mais fraca como o Japão é um prato cheio para que seu jogo ineficiente possa parecer eficiente. E a vontade de Robinho, como todos podemos perceber, é louvável. Justamente por isso, Robinho dá mais movimentação ao jogo, por sempre sair para vir buscar a bola - o que está muito longe de ser "jogar bem". Sim, mas ontem ele jogou bem. Mesmo que, em momentos que tentou inventar, como "pedaladas" e toques de calcanhar, errou e viu que não está mais no Santos. Movimentou bem a bola, faz ligamento entre ataque e meio-campo... e como se mexe muito, aparece muito. Há quem diga que ele não sai mais do time. Se for assim, vejamos o que Robinho pode fazer contra uma equipe mais forte - e isso preocupa. Ainda assim, jogou muito bem contra o Japão.

Ironicamente, esse Japão, que não existe... não sabe marcar homem-a-homem, não sabe marcar por área, não sabe armar uma jogada... foi quem quebrou a invencibilidade do goleiro brasileiro Dida, com um belo gol proveniente de uma enfiada de Alex Santos, num claro lance de uma bela visão de jogo, e conclusão de Tamada.

A festa de olhos puxados só duraria pouco mais de 10 minutos... e após jogada de Ronaldinho, Cicinho escorou de cabeça para Ronaldo marcar - de cabeça, pasmem.

O segundo gol foi de Juninho, outro a atuar bem - o melhor em campo depois do Ronaldinho. Com passe de Ronaldinho, bem como o terceiro, de Gilberto - que também jogou muita bola.

Mesmo marcando o quarto gol, Ronaldo não vem a se tornar um destaque positivo do jogo - o primeiro jogo da Seleção na Copa do Mundo. A defesa foi muito bem, apesar da furada infantil da defesa - que pode ser fatal contra uma seleção mais forte.

Com esta bela atuação, houveram dois destaques negativos. Ronaldo continua artilheiro, matador, igualou recorde de Gerd Müller... OK... mas continua lento, sem mobilidade, sem capacidade de passar pelos zagueiros adversários. Ronaldo tem seus méritos pelos gols, mas não é por isso que vamos dizer que "o Fenômeno voltou" e que o rapaz deve ser titular - ainda será, mas não dá pra achar que todo jogo Ronaldo atuará mal e marcará dois gols. E Cicinho. Não confundam força de vontade, que Cicinho tem muita, com jogar bem. O rapaz é muito veloz, mas não sabe cruzar uma bola, meter uma enfiada, entrar em diagonal pela área... e lateral tem que saber fazer tudo isso. Cicinho correu muito e se esforçou mais que Cafu. Mas não é por isso que vamos achar que ele é melhor (não é) e deva ser titular.

Ontem, finalmente, a Seleção Brasileira fez uma boa atuação onde ataque, meio-campo, volantes e defesa funcionaram muito bem. É desse futebol que a Seleção precisa para ir adiante nesta Copa do Mundo. Foi uma bela atuação, mesmo que no improviso, e não no jogo coletivo. E sempre que a Seleção joga assim, a gente fica mais feliz. Viu como é fácil quando eles querem? Pô... não custa nada. Joga mais uma assim!

Luiz Felipe Pedone | 4:00 PM |
Itália 2 x 0 República Tcheca
Lamentável a eliminação da República Tcheca na primeira fase da Copa do Mundo. De fato as possibilidades tchecas, que eram muitas após o primeiro jogo, praticamente tornaram-se nulas depois do segundo. Nada mais natural que perder para a Itália. Nada mais frustrante que perder pra Gana.

A Itália venceu e cravou a primeira posição do grupo E, fugindo do Brasil e deslocando-se para uma chave mais fácil, onde enfrentará Austrália, Croácia ou Japão nas oitavas-de-final, e o vencedor do grupo G ou Ucrânia nas quartas-de-final.

Precisando apenas de um empate e reconhecendo que a força do time tcheco está no meio-de-campo, Marcello Lippi escalou a Itália com quatro "volantes", Pirlo, Gattuso, Perrotta e Camaronesi, embolando o meio-de-campo, adiantando Totti para o ataque, ao lado de Gilardino. Já os tchecos, com Baros de volta, mantiveram o mesmo esquema de jogo das partidas anteriores.

Os italianos perderam Nesta, contundido, no começo do jogo. E Materazzi, que entrou em seu lugar, minutos depois acertou uma cabeçada indefensável após um escanteio para abrir o placar.

O marcador de Materazzi era Polak, que falhou no lance e não impediu a cabeçada. Aos 36 minutos, Polak fez falta e recebeu cartão amarelo. Doze minutos depois, uma falta por trás, em Totti, no campo de ataque da República Tcheca, com Totti de frente pro gol da Itália, resultou na expulsão de Polak. O que eu quero dizer com isso? Que Polak ou é um imbecil ou é muito burro. Ou as duas coisas.

Com um jogador a menos, contra a eficiência tática italiana, os tchecos tornaram-se presa fácil. Até arriscaram algumas bolas ao gol de Buffon, principalmente com o craque Nedved, mas sem ataque não se faz gol. Que falta fez Jan Koller, contundido no primeiro jogo contra os EUA, quando a República Tcheca ganhava por 2 x 0 no fim do primeiro tempo e Koller correu para pressionar a saída de bola americana.

Nos minutos finais, em contra-ataque Inzaghi marcou o segundo gol italiano, driblando Petr Cech. No geral, foi um bom jogo, principalmente no primeiro tempo. Os tchecos tentaram muito, mas ainda não foi desta vez. Enquanto isso Gana garantia sua classificação ao derrotar os EUA por 2 x 1 e deve ser adversária do Brasil na próxima fase.
Humberto Fernandes | 1:06 PM |
21 junho 2006
México 1 x 2 Portugal; Argentina 0 x 0 Holanda
Dois momentos distintos na Copa do Mundo hoje: um bom jogo no grupo D e um péssimo no grupo C.

México e Portugal travaram um duelo interessante. Já começou com Felipão poupando boa parte de seu elenco, como Cristiano Ronaldo e Deco, por exemplo, que não ficaram nem no banco, para que fosse impossível levar cartão amarelo e ser suspenso das oitavas-de-final. Pelo lado mexicano, força máxima, embora esse seja um termo exagerado para definir o futebol mexicano.

Os reservas portugueses deram conta do recado. Aliás, analisando friamente o primeiro tempo de Portugal hoje foi melhor que os quatro tempos de jogo do time titular. A defesa não manteve o mesmo padrão de qualidade, entretanto. E o ataque sem Pauleta não é a mesma coisa.

O placar foi definido ainda no primeiro tempo. Para Portugal marcaram Maniche e Simão (pênalti), enquanto Fonseca descontou para os mexicanos, que ainda lutavam pela classificação. O México ainda perdeu um pênalti no segundo tempo, cobrado por Omar Bravo, e várias chances de gol.

Para sorte dos mexicanos, Angola não conseguiu vencer o Irã, e mesmo que vencesse ainda precisava melhorar o saldo de gols para conquistar a segunda posição.

Pelo grupo da morte, Argentina e Holanda protagonizaram um jogo muito pouco movimentado. Uma pena que ambas as seleções tenham chegado ao dia de hoje já classificadas, pois senão teríamos um duelo avesso ao que se viu hoje.

Argentinos e holandeses entraram em campo sem os jogadores pendurados por cartão amarelo. Pelo lado argentino, desfalques de Heinze, Saviola e Crespo. Pelo lado holandês, nada de Mathijsen, Van Bronckhorst, Robben, Heitinga e Van Bommel.

Jogando com a vantagem do empate, a Argentina até tentou alguma coisa, principalmente no primeiro tempo. Mas a Holanda aparentemente estava satisfeita em não perder, mesmo sabendo que com a segunda colocação enfrentaria Portugal nas oitavas-de-final.

E assim o jogo seguiu, sem emoção, agradando aos dois países. E enquanto isso Costa do Marfim vencia seu primeiro jogo em Copas por 3 x 2, contra Sérvia & Montenegro, lanterna do torneio.

Na próxima fase, a Argentina terá o México como sparring, enquanto Portugal e Holanda se matam.
Humberto Fernandes | 10:52 PM |
Já virou blasfêmia
Vamos esperar a Copa acabar para parar com a onda de endeusar essa Seleção?

Fazendo uma comparação de elencos.
1970
Pelé - Dispensa apresentações. Campeão do mundo com show em 58, bi-mundial pelo Santos em 62 e 63. Ganhou tudo a nível de Brasil e era a estrela maior de dois timaços: a Seleção e o Santos. Pelé foi dono de uma habilidade inigualável que, com passes curtos, driblava quantos adversários viessem em cima. Tinha visão de jogo para fazer lançamentos a distância e matava a bola no peito com a precisão de um bombeiro que apara uma pessoa caindo de um prédio (que comparação).
Rivellino - Maior ponta esquerda de todos os tempos. Sua velocidade era fantástica. Aliada a seus dribles, fizeram com que ganhasse de Maradona a alcunha de "melhor jogador de todos os tempos". Liderava o Corinthians que, só não ganhou título nenhum na época áurea de Rivellino porque no caminho tinha um certo time de branco. Ainda assim, gênio, veloz e dono de um chute canhoto fortíssimo - "atômico", como alguns preferem.
Gérson - Meia armador que começou carreira no Botafogo. Seu chute esquerdo era tão preciso quanto Didi, o Folha Seca. Mesmo sendo fumante, Gérson tinha fôlego para jogar 90 minutos sem pelo menos diminuir ritmo. E sua habilidade era igual a dos rapazes citados acima. Naquele ano, era a estrela nº 1 do São Paulo Futebol Clube que venceu o Campeonato Paulista.
Tostão - Ainda menino, liderou o Cruzeiro no título da Taça Brasil de 66. Contra ninguém mais ninguém menos que o Santos. De Pelé. Originalmente, era meio-campo. No entanto, o meio daquela seleção já estava fechado com Gérson e Rivellino. O que fazer? Desperdiçar o talento de Tostão no banco? Não. Foi improvisado como centroavante. Se jogou bem? Bom... o apelido Monstro da Copa deixa alguma dúvida?
Jairzinho - Atacante do Botafogo que levou o time aos campeonatos de 67 e 68. Habilidoso, Jair marcou gol em todas as partidas daquela Copa e terminou a competição com 7 gols - e o apelido Furacão do Tri. Se posicionava bem dentro da área, esperava a bola de frente (evitando todos os clichês de que atacante "toma bola nas costas") e girava com facilidade, como se não houvesse marcação - e havia.
Carlos Alberto Torres - A alcunha de "melhor lateral direito de todos os tempos" não é por menos. Defensor implacável, Carlos Alberto fazia, mais ou menos, aquilo que Gamarra fez em 98: roubava bolas de forma limpa. Subia com velocidade ao ataque, fazia cruzamentos e lançamentos longos... e chutava muito bem a gol. O goleiro italiano Albertosi que o diga...
Ainda havia nessa seleção - Uma excelente dupla de volantes: Clodoaldo, gênio do Santos; e Piazza, do Cruzeiro, gênio em proporções um pouco menores. Ambos com habilidade de um meio-campo. Basta lembrar dos três dribles seguidos que Clodoaldo deu, em seu campo de defesa, no marcador italiano, antes do 4º gol brasileiro da final de 70. Já o Piazza... bem... para um meio-campo mais ofensivo, era escalando apenas um volante. O que fazer? Desperdiçar Piazza no banco? Não. Improvisá-lo como zagueiro. E Piazza jogou com a mesma habilidade de um Domingos da Guia. Dois bons ponta-esquerda reservas: Edu, do Santos e Paulo César "Caju", do Botafogo. Dois zagueiros fantásticos: Brito, do Flamengo, e Fontana, do mágico Cruzeiro das décadas de 60 e 70.

Ou seja, um timaço. Conquistou a Copa do Mundo em 1970 com show. Encantou o mundo em partidas como Brasil 4 X 1 Tchecoslováquia; Brasil 3 X 1 Uruguai e Brasil 4 X 1 Itália.


1982
Zico - Para muitos, maior jogador brasileiro depois de Pelé. A verdade é que Zico era completo. tinha muita habilidade ambidestra, fazia cruzamentos, batia faltas perfeitas e liderava qualquer time. Pergunte a qualquer torcedor do Flamengo Campeão Mundial de 81 para vê-lo de olhos marejados.
Sócrates - O "doutor" entendia tanto de anatomia que usava seu calcanhar de forma mágica. Líder de um Corinthians que ainda tinha Casagrande e Zenon, líder de um movimento democrático dentro do Parque São Jorge em anos que o país gritava por democracia, líder em estatísticas de gols e chutes certeiros de qualquer campeonato, Paulista ou Brasileiro. Um dos maiores da história, ao lado de Zico.
Falcão - Melhor volante de todos os tempos. Jogava de cabeça erguida, com passadas largas e pacientes... a bola parecia grudar em seu pé. E, quando dava um passe, ela ia caprichosamente no pé do jogador, ou no ponto exato de um chute a gol. Além de ótimo assistente, tinha um chute mortal de fora da área. Nesta época, já era o "Rei de Roma".
Júnior - Lateral esquerdo com habilidade de atacante, com inteligência para jogar de volante, com força para chutar em gol e com precisão para cruzar. E ainda atacava de cantor... bem, melhor pararmos com seu futebol.. Que também faz os olhos de qualquer flamenguista marejar.
Cerezo - Primeiro volante com habilidades defensivas destacadas. E, apesar de ser mais defensor que atacante, subia ao ataque com precisão e responsabilidade, voltando a tempo de marcar. Nos anos 90, foi promovido a meio-campo e liderou o São Paulo na conquista do Mundial de 93.
A Seleção ainda contava com: Roberto "Dinamite", Éder e Serginho "Chulapa", exímios goleadores. O ataque, infelizmente, perdeu o gênio Careca por contusão. Na lateral direita, Leandro, um dos líderes da "seleção" Flamengo; na zaga, Oscar, um dos melhores zagueiros Brasileiros dos últimos 30 anos; e no meio Dirceu, grande destaque da Copa de 78.
OK, esta seleção perdeu a Copa. Mas todo mundo que fala em 82, fala no título da Itália... tem que se perguntar por que o Brasil não a conquistou. E perguntam. Ficam na memória os toques de calcanhar de Sócrates, os dribles de Falcão, os chutes de Zico, os cruzamentos de Júnior. Que era mais que show de habilidades. Era capaz de trazer vitórias. Pena que alguém em um plano superior quis que a mais importante delas não fosse conquistada.

Ainda podemos falar em 1958/62 cujo time contava com Garrincha, um jogador, no mínimo, indiscritível... Didi, o Folha Seca, e seu chute matador - aliado a sua habilidade fantástica e grande facilidade em marcar gols; Nílton Santos, melhor lateral esquerdo de todos os tempos, homem que inventou uma função aos laterais: atacar. Zagallo: meio-campo pragmático que também inventou um estilo, o jogo calmo e racional, que hoje chamam de "candenciado"; Gilmar, goleiro que saía bem do gol, tinha um ótimo reflexo, se esticava para salvar qualquer bola... e Vavá, atacante matador, um dos precursores do atual centroavante: o homem que recebe a bola e arranca para a área para marcar o gol. Que pena que este time deu o azar de não contar com Pepe, contundido nas duas Copas que conquistou. Todas as duas com show.

Agora me digam... por que comparar o time de 2006 a esses três times? Não exijo show... mas como colocar qualquer um desses jogadores de hoje, em suas respectivas posições, no patamar dos rapazes citados acima. Alguém me explica? Falam num time melhor que o de 70 e o de 82? Impossível. Mesmo que conquiste esta Copa - e eu duvido muito.
thiagoleal | 8:10 PM |
Santas contusões, Owen!!
O "Menino Prodígio" inglês se contunde e fica fora da Copa do Mundo










A Inglaterra dá mesmo muito azar com seus craques. Nas vésperas de Copa de 2002, Beckham quebrou o pé e se recuperou a tempo para a competição. No entanto, não rendeu o esperado pela falta de ritmo de jogo.

Final do ano passado, Michael Owen quebra o pé e desfalca seriamente o Newcastle United na Liga Inglesa, resultando numa péssima campanha do Toon. O Boy Wonder se recuperou a tempo para a disputa da Copa do Mundo... e aí é a vez do jovem Wayne Rooney quebrar o pé, a apenas um mês do torneio.

Foi um longo mês de suspense onde, a cada semana, víamos notícias de um tal exame definitivo que diria se Rooney jogaria ou não a Copa. O jovem ficou, com as expectativas de jogar a partir das oitavas-de-final. Começou antes. Jogou contra Trinidad & Tobago, pela 2ª rodada e iniciou a 3ª rodada contra a Suécia como titular, formando uma dupla de sonhos com Owen. Dupla que durou poucos minutos.

Logo no começo da partida, Owen se contundiu e deixou o campo de maca, preocupando torcedores ingleses e amantes do futebol em geral. A lesão aparentava ser grave - e ao final do jogo, foi anunciado pela Federação Inglesa que o Boy Wonder iria se submeter a exame de ressonância magnética, com a possibilidade de ficar de fora do restante do Mundial.

O resultado do exame saiu nesta quarta-feira: ruptura dos ligamentos cruzados do joelho direito - esses velhos ligamentos que fazem todo craque tremer de medo. Owen fica fora dos gramados por 5 meses, coloca mais uma contusão na lista de impecílios de sua brilhante carreira e já retornou a Inglaterra, onde deverá se submeter a cirurgia e tratamento do joelho.

A perda de Owen será de grande peso para a Seleção - só contra a Suécia o time inglês veio render o esperado, e um ataque formado com Owen & Rooney tinha tudo para repetir a eficiência que Klose & Podolski e Crespo & Saviola têm tido em suas Seleções. A volta de Crouch significa a falta de mobilidade e habilidade no ataque inglês - e um logador a menos para atuar com os pés, deixando os ingleses novamente escravos do jogo aéreo.

É uma pena, para os Ingleses, para o futebol e, sobretudo, para a Copa do Mundo.

Owen: retorno à Inglaterra abreviado

Força, Owen!
Que você possa voltar em breve aos gramados.

thiagoleal | 6:18 PM |
Nunca fomos tão poloneses
A dupla polaca que conquistou a Alemanha e comandou volta por cima da Seleção Anfitriã

Pois é. Muito se falava em Ballack, em Schweinsteiger, em Lehmann, em Kuranyi... e dois poloneses naturalizados são a sensação atual da Seleção Alemã.

E pensar que, durante a semana, Klose e Podolski discutiram durante treino, chamando grande atenção da mídia. A discussão seria um choque de egos, onde Podolski reclamou de que Klose não teria lhe feito um passe durante o coletivo, insinuado que durante os jogos o atacante e compatriota agiria da mesma forma.

Coube ao próprio Klose amenizar a situação, colocando a confusão em panos quentes diante da mídia. "É normal que as discussões aconteçam. Eu e o Podolski discutimos, mas disse a ele que somos grandes jogadores com um mesmo ideal, que é vencer a Copa do Mundo. Não é porque eu faço um gol que vou ser melhor que ele. Temos o mesmo ideal", disse o jogador.

Se Klose e Podolski fizeram as pazes, não se sabe. Mas o entrosamento entre os dois, no entanto, foi melhor que nunca na última partida alemã - a vitória de 3x0 sobre o Equador. A dupla participou dos três gols do jogo, com Klose marcando dois e dando assistência para Podolski marcar o terceiro. Klose ainda deu dois passes açucarados para Podolski que perdeu o gol na cara.

O resultado levou os alemães aos céus. Primeiro, a vitória não-convincente sobre a Costa Rica por 3x2. Em seguida, uma vitória dramática sobre a Polônia, com um gol solitário aos 46 do 2º tempo - o tipo de vitória que acorda a torcida e o 1x0 ganha sabor de goleada.

Ontem, com o resultado expressivo sobre o Equador, Klinsmann e seus comandados conquistaram de vez a confiança que faltava e acabou com qualquer descrença que havia na torcida - que, em coro, entoou o nome do treinador no estádio. Em entrevistas individuais, diversos torcedores manifestaram a satisfação para com Klinsmann e se mostraram confiantes em título.

A Alemanha enfrenta agora a Suécia nas oitavas-de-final. Não dá para dizer o que vai acontecer. Mas um adversário a Alemanha já derrotou na sua luta pelo tetra-campeonato: a desconfiança. Mesmo não tendo um time talentoso quanto Inglaterra ou Argentina, o time alemão agora tem paz para trabalhar. Quem sabe assim possa ter a concentração no objetivo de vencer a Copa - e esse sonho, que parecia tão distante, já começa a ficar mais próximo da realidade. E foram Klose e Podolski, em pé de guerra no início da semana, que ajudaram a decretar essa paz na Alemanha.








Klose e Podolski durante, Copa das Confederações: tapas e beijos
thiagoleal | 5:18 PM |
Inglaterra 2 X 2 Suécia
Mais uma bela partida do English Team


Cole chuta de fora da área para abrir o placar do jogo. Fonte: UOL


O resultado do jogo pode ser discutível. Afinal... a Suécia não vem apresentando um bom futebol nesta Copa do Mundo. Decepcionou contra Trinidad & Tobago e arrancou uma vitória sofrida contra a fraca e desorganizada Seleção Paraguaia.

No entanto, a vitória inglesa chama atenção, em particular, para a atuação de um jogador. Joe Cole.
O meia do Chelsea vinha de duas boas partidas, contra Paraguai e contra Trinidad & Tobago. Dividia ao lado de Gerrard e Beckham o papel de melhor coadjuvante do time inglês - todos atrás de Frank Lampard, companheiro de Cole no Chelsea, que fez duas partidas espetaculares e já era um dos destaques da Copa.

Desta fez, Cole se superou, e o verdadeiro quadrado mágico, o meio-campo formado por Gerrard (que fora polpado por cartão amarelo e começou o jogo no banco), Lampard, Beckham e Cole funcionou muito bem. Cada um exercendo sua função, sem alardes, levando o time adiante. E os quatro, aliás, junto com Wayne Rooney, titular, mostraram uma nova forma de jogo do time inglês. Os chutes de fora da área - hoje, "estratégia" bem mais utilizada que os velhos "chuveirinhos" de bola levantada na área. Também... com um time com cinco jogadores que chuta tão bem de longe como Beckham, Gerrard, Lampard, Cole e Rooney, é um desperdício ficar cruzando bola esperando cabeceios.

E ele mesmo, Cole, marcou o primeiro gol do time inglês, aos 33 do primeiro tempo. Um chutaço de fora da área, indefensável. Inglaterra 1 X 0.
Melhor em campo, o time inglês permitiu o empate sueco com uma jogada com a qual tanto está acostumado: jogo aéreo. Já no segundo tempo da partida, aos 5 minutos, Allback empatou os jogos para a Suécia, além de marcar um gol histórico: o gol de número 2000 em Copas do Mundo.
Após o empate, a partida ficou bem mais disputada, entre os chutes longos ingleses e o jogo aéreo sueco. Quando, aos 39 minutos, uma jogada fantástica de encher os olhos. Gerrard assiste Cole e sobe em diagonal para a área. O meia do Chelsea pára a bola e prepara o chute. Olha para a área e, ao invés de meter a gol, realiza um cruzamento perfeito. Gerrard acerta uma cabeçada na medida e bate o goleiro Isaksson. 2x1 Inglaterra. Um belo gol coletivo de dois grandes jogadores.
Quando todos esperavam que a partida estivesse definida, aos 44 minutos Larsson aproveitou a sobra de um escanteio e encostou a gol, empatando novamente a partida.
Final, 2x2 com um belo jogo dos dois times. A Inglaterra, seu jogo eficiente de sempre. A Suécia, pela primeira vez jogou um bom futebol neste Mundial.
Encerrada a partida, foi fechado também os primeiros confrontos de oitavas-de-final. Inglaterra, 1º do grupo B, enfrenta o Equador, 2º do grupo A. E os Suecos, que ficaram com a vice-liderança do B, enfrentarão os líderes do A, donos da casa: a Alemanha.
Sem dúvida, se Alemanha apresentar o futebol que apresentou contra o Equador e a Suécia jogar o que jogou contra a Inglaterra, teremos um bom primeiro combate de oitavas-de-final.
thiagoleal | 3:13 AM |
20 junho 2006
Opção para o ataque
Uma mudança de formação que daria mais segurança à Seleção

Muito se fala em tirar Ronaldo - ou Adriano - da equipe titular. E substituí-lo por Robinho, alegando que Robinho dá mais mpvimentação ao jogo. Ora... o menino Robinho dá, sim, mais movimentação ao jogo. Mas o time continua sem nenhuma produtividade, devido ao "fator Denílson" no qual Robinho é rico. Uma coisa é vermos o carinha entrar aos 20 do segundo tempo. Outra é ele entrar o jogo todo, receber marcação, não saber o que fazer e depois ainda termos que ouvir "Robinho foi muito marcado"... não justifica! Que jogador não é marcado? O Kaká não é? Claro que sim! Jogador tem obrigação de se livrar da marcação. Se não consegue, sinto muito... é incompetência.

Então, conversando com o Futlouco! Héctor Diazepan (http://www.fanaticoec.com/futloucos.htm), chegamos a uma opção para o ataque, que seria adiantar Ronaldinho Gaúcho. Como na Copa de 2002, quando ele jogou como atacante, encostado em Ronaldo. E, em 2002, a formação funcionou muito bem.
No meio-campo, entraria o Juninho em seu lugar. Kaká adiantaria um pouco, jogaria um pouco mais encostado nos dois atacantes (mais ou menos semelhante ao Máxi Rodríguez na Argentina), e Juninho jogaria como um meio-campo um pouco mais recuado, sendo uma espécie de terceiro-volante-ofensivo. Com essa formação, a Seleção não só teria ofensividade quanto também estaria segura na defesa - desarmaria o adversário ainda na saída de bola, não permitindo o contra-ataque.
Essa formação já foi usada por Parreira uma vez - e deu certo! Em 1994. A Seleção começou com dois atacantes (Romário e Bebeto), dois meias (Zinho e Raí) e dois volantes (Mauro Silva e Dunga). Diante da ineficiência de Raí, Parreira resistiu três jogos. Brasil 2 X 0 Rússia, Brasil 3 X 0 Camarões e o substituiu apenas na metade de Brasil 1 X 1 Suécia. Entrou Mazinho, fazendo a função de terceiro volante e melhorando muito o nível do meio-campo da Seleção. Assim, fomos tetracampeões. Mérito do Parreira.

O esquema citado seria muito útil nessa Copa atual, tendo em vista possíveis confronto com Itália, Inglaterra ou Argentina. Um esquema mais seguro sem nenhum peso em campo.

No entanto, nem sempre dá pra entender o que se passa na cabeça de Parreira. A formação não deve ser alterada para a próxima partida contra o Japão - apenas alguns titulares poupados. Mas este esquema daria muito mais segurança à equipe, e adoraríamos vê-lo em campo. E outra... o talento do menino foi mostrado em dois lances. Se for fazer substituição no ataque, por favor, usar o Fred, não o Robinho.

Com esse time, eu teria muito mais confiança em título.
thiagoleal | 11:55 PM |
Alemanha 3 x 0 Equador
Já classificados para as oitavas-de-final, Alemanha e Equador entraram em campo para disputar um amistoso de luxo, valendo a primeira colocação do grupo A.

Os equatorianos, conscientes da difícil missão de enfrentar os donos da casa, entraram com meio time reserva. Foram poupados para a próxima fase, entre outros, o capitão Hurtado e a dupla de ataque, Tenorio e Delgado. Já a Alemanha não escalou apenas Metzelder.

Os alemães dominaram a partida, sem encontrar muita resistência por parte dos sulamericanos. Não se sabe se a má apresentação dos equatorianos deve-se à apatia ou ao desinteresse.

Klose abriu o placar aos 4 minutos, após passe de Schweinsteiger dentro da área. Nos minutos finais do primeiro tempo, Ballack da entrada da área deu um passe por cima da zaga para Klose driblar o goleiro e marcar seu quarto gol na Copa.

No segundo tempo Schweinsteiger cruzou da direita para Podolski desencantar e dar números finais ao jogo.

Tanto Alemanha quanto Equador conhecerão seus adversários das oitavas-de-final hoje à tarde: Inglaterra, Suécia ou Trinidad & Tobago.
Humberto Fernandes | 1:30 PM |
G8 - A saga dos favoritos
Como as Seleções candidatas a título estão se saindo na Copa

Alemanha - Sua força é, sem dúvida, jogar em casa. Revelou mais um bom jogador. Philip Lahm. Agora, além de Ballack e Schweinsteiger, os alemães contam com um bom lateral que sobe ao ataque para fazer o cruzamento que tanto gostam. E, aparentemente, Lahm vem exercendo o fundamento melhor que os dois aqui citados. O jovem alemão pode ser comparado, de certo modo, a Sorín, por suas qualidades ofensivas.
Os alemães, no entanto, atravessaram uma série conturbada de amistosos, incluindo a goleada sofrida por 4-1 da Itália e o empate em 2-2 com o Japão, ambos em casa. Na Copa, os dois jogos foram vitórias sofridas, o que mostra que a torcida ainda vem sendo o grande trunfo do time. Uma vitória sofrida, no entanto, muitas vezes funciona como uma goleada: acorda a torcida e levanta a moral do time. Sem falar que, nos três títulos que conquistou, a Alemanha não era favorita e passou a competição toda sem convencer. Resultado? Nas três venceu os grandes favoritos na final.

Argentina - Tem um grande time desde que José Pekerman assumiu o time, logo após os Jogos Olímpicos - com a medalha de ouro conquistada pelo ex-treinador Marcelo Bielsa. Completa, a Argentina pratica um futebol matador capaz de resolver jogos ainda no primeiro tempo. Assim foi contra a Seleção Brasileira, durante as Eliminatórias; e nas duas primeiras partidas desta Copa. Seus destaques são os meias Riquelme e Máxi Rodríguez, os volantes Mascherano e Cambiasso, o lateral Sorín, os atacantes Crespo e Saviola... e ainda os reservas Tevez e Messi. Ufa! Quanta gente.
Além de um bom elenco, o melhor deste Mundial, a Argentina possui um esquema que ora se apresenta como um 4-4-2 defensivo, derrubando qualquer contra-ataque ainda no seu campo de ataque, com o trabalho dos volantes, ora vira um 4-3-3 fatal, com Máxi Rodríguez encostando nos atacantes Crespo e Saviola e o apoio de Sorín, de forma ofensiva, pela lateral.
Chegou questionada, mostrou na primeira partida um bom futebol, na segunda um futebol-arte maravilhoso e agora tem que saber lidar com o favoritismo, para não ser prejudicada pelo mesmo. Tem uma equipe capaz de vencer a Copa.

Brasil - Individualmente, deveria ser a Seleção que mais se destaca no grupo das favoritas. No entanto, o tal "Quarteto Mágico" comprovou o que muitos temiam: não funciona. Ronaldo não tem apresentado qualidades técnicas; Adriano nunca foi um jogador habilidoso e há um ano vem numa má-fase incrível; Ronaldinho é completamente ineficiente em jogos decisivos e não vem fazendo boas partidas, pela Seleção ou Barcelona; e Kaká é o único destaque. Na opção para ataque, Robinho tem se mostrado o favorito, embora haja um outro jogador bem melhor no banco: Fred. Zé Roberto e Emerson têm surpreendido por suas boas atuações, embora ainda cometam falhas que, contra equipes experientes, podem ser fatais.
Uma boa opção para a Seleção Brasileira seria armar a equipe semelhante ao time de 94, dirigido por Parreira. Dessa forma, o time perderia um meia e ganharia mais um volante, mais ofensivo. A opção seria... tirar um dos atacantes, Ronaldo ou Adriano. Ao invés de colocar o ineficiente Robinho, adiantar Ronaldinho para o ataque. Kaká seria o único meia da Seleção e Juninho Pernambucano ou Gilberto Silva entraria como terceiro volante, jogando mais avançado que Emerson e Zé Roberto, fazendo as vezes de um meio-campo. Armado assim, o time se assemelha ao de 94, que tinha no ataque Romário e Bebeto, no meio-campo Zinho e os três volantes: Dunga, Mauro Silva e Mazinho, que entrou no lugar de um meia: Raí.
Essa formação, no entanto merece um post inteiro para ser melhor explicada. Então, depois entraremos em mais detalhes.

Espanha - Eterna promessa e decepção, desta vez o time espanhol estreou bem e manteve o nível nas suas duas partidas desta Copa. Tudo bem que os adversários não foram de grande expressão. Mas a primeira partida foi um 4x0 sobre a Ucrânia - uma Ucrânia que voou durante as Eliminatórias. Uma prova que a Uncrânia não é uma equipe qualquer é... ontem os ucranianos devolveram os 4x0, goleando a Arábia Saudita. Na segunda partida, começou cambaleando contra a Tunísia, mas foi só Xavi reencontrar seu jogo que o time retomou a força de seu motor. Fernando Torres e Fabregas, que entrou no segundo tempo, acharam o caminho do gol com facilidade e La Fúria aplicou 3x1 sem grandes dificuldades.
O destaque espanhol tem sido a ofensividade. Fernando Torres, grande destaque da Liga Espanhola, tem mostrado uma coisa que nunca teve no Atlético: Maturidade. Essa maturidade se reflete naquilo que Torres faz de melhor: gols. Quando o atacante deixa de lado a vaidade, e lembra-se de sua habilidade inigualável, se torna um artilheiro implacável. Que sirva de exemplo a Cristiano Ronaldo. Com três gols em dois jogos, Torres é até agora o artilheiro da Copa e já é candidato a craque do torneio. Raúl parece ter voltado a jogar bem, coisa que não fazia há um bom tempo no Real Madrid, e Fábregas tem sido tão eficiente e fundamental quanto no Arsenal. Agora é esperar o que Reyes pode fazer pela Seleção - pois foi importantíssimo durante as Eliminatórias.

Próximo post, uma breve análise de França, Inglaterra, Itália e Holanda.
E mais: As "coadjuvantes" Portugal, México, Equador, Suécia, República Tcheca, Gana e Coréia do Sul.
thiagoleal | 11:34 AM |
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