Pouco cabelo, muito futebolO intuito desse blog é também contar um pouco de histórias da nossa Seleção. Seja das mais recentes ou as mais antigas. Então vamos lá.
Em 1997 a Seleção Brasileira reencontrava o bom futebol perdido em algum lugar após a Copa do Mundo de 94. Após perder a Copa América do Uruguai em 1995 para os donos da casa; e a decepção Olímpica de 1996, o Brasil venceu com maestria a Copa América de 1997. No fim do ano, ao desembarcar na Arábia Saudita, a Seleção se apresentava, claro, como franca favorita à primeira edição da Copa das Confederações.
O caso das cabeças raspadasNa concentração da Seleção, uma brincadeira irritou alguns jogadores brasileiros. Os primeiros jogadores a se apresentar, talvez motivados pelo sucesso do careca Ronaldo - à época, ainda chamado Ronaldinho, recém transferido para a Internazionale (ITA), decidiram rapar a cabeça de todo o time. Dentre os mal-entendidos que a brincadeira causou, principal foi o genial polivalente Leonardo, atual manager do Milan (ITA), ameaçou abandonar à equipe. Acabou ficando. Todos de amarelo, todos carecas. Ronaldo, Romário, Roberto Carlos, Bebeto, Dunga... essa era a Seleção Brasileira. A melhor da década de 90 - bem melhor que o time de 94.
O "aviãozinho" do Velho LoboNa estréia, a Seleção deu seu show costumeiro. 3 a 0 nos árabes, um gol do volante artilheiro César Sampaio e dois do Rei da Pequena Área, Romário. No terceiro gol, aos 35 do segundo tempo, Zagallo invadiu o campo fazendo um "aviãozinho" - imagem que ficou eternizada no torneio e refletiu a tranquilidade do time brasileiro àquela época.
A zebra e o duro rival corriqueiroNo segundo jogo, um decepcionante empate em 0 a 0 com a Austrália. A FIFA classificou o resultado como "surpresa", e um jogo em branco com a fraca seleção australiana pode ter trazido alguma desconfiança. Pelo menos até que... bem, até algumas linhas abaixo. No último jogo da primeira fase, um difícil jogo contra o México, como é de praxe quando se enfrenta esse rival. 3-2, gols de Romário, Blanco empatou para os mexicanos; Denílson e Júnior Baiano ampliaram para o Brasil e Ramon Ramirez diminuiu o placar aos 45 - o que sempre causa leve desespero. Mas terminou assim, e o Brasil se garantia em primeiro lugar do grupo.
Xô, Zebra!Após passar pela República Tcheca (vice-campeã européia, representando a UEFA), num tranqüilo 2-0, assinatura de Romário e Ronaldo, o Brasil deveria encarar a Austrália na final. Aquela mesma Austrália que a gente engasgou na primeira fase. Os australianos chegaram à final passando pelo Uruguai. Seriam eles dificuldades para a Seleção Brasileira novamente? Novo empate em 0-0? Bom... aqui estão as linhas que prometi acima: três vezes Ronaldo e três vezes Romário, artilheiro da competição (7 gols em 5 jogos). Brasil 6-0 Zeb.. digo, Austrália. Sem nenhuma substituição dentro dos 90 minutos. Campeão incontestável, o Brasil se firmava como Rei.
Aquele time, repito, foi a melhor Seleção montada nos anos 90. Pena que não foi esse o time que disputou a Copa do Mundo seis meses depois. Se fosse, me desculpem
Les Bleus, mas o Mundial teria um campeão diferente,
mon ami.
Seleção BrasileiraGoleiros: #1 Dida; #12 Rogério Ceni; #22 Russo
Laterais: #2 Cafu; #6 Roberto Carlos; #13 Zé Maria
Zagueiros: #3 Aldair; #4 Júnior Baiano; #14 Gonçalves
Volantes: #5 Dunga (CAPITÃO); #8 Flávio Conceição; #15 Zé Roberto; #16 César Sampaio
Meias: #7 Bebeto; #10 Leonardo; #17 Doriva; #19 Juninho Paulista; #20 Rivaldo
Atacantes: #9 Ronaldo; #11 Romário; #18 Denílson; #21 Rodrigo Fabri
Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo
Nota: Um time bem ofensivo, diferente da Seleção que o Brasil levou à Copa do Mundo de 98 - talvez o motivo do fracasso na final do Mundial.