Brasil 0 X 1 México - O que é que vou dizer lá em casa?A facilidade da vitória contra Grécia, onde o Brasil fez num jogo tudo o que Portugal, República Tcheca e França falharam em fazer na Euro 2004, deu a impressão que o jogo contra o México seria fácil. Talvez essa impressão para os fãs e torcedores. Quem conhece a Seleção, sabe que jogo com o México é e sempre será jogo duro - mesmo com os 4 X 0 da Copa América 2004 sendo o último resultado.
O que dá pra dizer desse jogo de ontem é que foi uma
tarde atípica. Brasil X México me lembrou muito Portugal X Grécia.
Ricardo LaVolpe, técnico argentino que treina a Seleção Mexicana, brincou dizendo que jogaria como a Argentina. Não jogou. O que se viu foi um México defensivo que mais lembrava a Grécia da Euro, sendo um pouco mais discreto em sua retranca. Uma
retranca disfarçada. E o Brasil parecia aquele Portugal da final contra os gregos.
As coisas simplesmente não aconteciam. O Brasil
não jogou bem, mas foi superior em campo, sim. Mas não marcou. Coisas do futebol.
Kaká e
Ronaldinho não conseguiram mostrar seu futebol, não faziam a bola chegar com qualidade no ataque. A bola sim, chegava no ataque. Há quem diga que o Brasil jogou demais pelo meio e não conseguia espaço para entrar na área. Mas o Brasil entrava na área, mesmo com a retranca. O problema é que não entrava com qualidade e também não conseguia concluir. Talvez se o ataque fosse enfiado com mais precisão. Não aconteceu.
Quem critica a formação alegando que o Brasil joga com dois centroavantes...
Robinho não é centroavante, e está jogando pela esquerda, como no Santos. Semelhante ao esquema
Robinho-Deivid. Mas já questionei aqui sua experiência.
Ele ainda não consegue ser o pivô da Seleção. Mas se esforça. Busca mostrar seu jogo.
Será que o problema na Seleção é Robinho, ou está uns dois passos atrás?E também ouvi que o Brasil deveria atacar mais pelas laterais. Ora... as laterais estão sem uso desde o jogo contra a Grécia - especialmente a esquerda, mesmo que
Gilberto se apresente o tempo todo, nunca se trabalha a bola com ele - por sinal, Gilberto está jogando muito bem.
Cicinho tá jogando mais para Zanetti que para Cicinho. Mas do que adiantaria o Brasil atacar pelas laterais se o México se fecharia da mesma forma.
Já a defesa... bem... não dava pra ser mais trágico. A vitória contra a Grécia nos fez exaltar demais o ataque e esquecer da defesa, que desde já apresentava falhas.
Roque Júnior, que não tem o menor carisma para capitão,
poderia se chamar Roque Júnior Baiano. Fez um pênalti irresponsável, falhou na hora do gol - ele é alto, mais nunca sobe nas bolas. E só Deus sabe quantos pênaltis a mais o rapaz fez, segurando jogadores mexicanos em hora de cruzamento. Ah, e se mete a líbero. Ele não é líbero.
Lúcio também não. Se o Brasil quer um líbero, espere
Edmílson se recuperar de contusão.
No mais, não digo que esse jogo foi a desgraça que muitos querem acreditar. Foi uma decepção porque a Seleção não conseguiu jogar. Uma tarde atípica. Mas são coisas do futebol. Que sejam corrigidas aqui enquanto há tempo. A Copa está logo aí... e lá é bom que o time jogue.
Brasil:#1 Dida;
#13 Cicinho,
#3 Lúcio,
#4 Roque Júnior (CAPITÃO),
#6 Gilberto;
#5 Émerson (
#19 Renato),
#11 Zé Roberto,
#8 Kaká (
#18 Juninho Pernambucano),
#10 Ronaldinho;
#7 Robinho (
#21 Ricardo Oliveira),
#9 Adriano
Técnico: Carlos Alberto Parreira
México:#1 Oswaldo Sanchez;
#2 Aaron Galindo,
#3 Carlos Salcido,
#5 Ricardo Osório,
#14 Gonzalo Piñeda (
#16 Mario Mendez),
#18 Salvador Carmona;
#7 Zinha,
#8 Pavel Pardo (CAPITÃO),
#17 Jose Fonseca (
#22 Luis Perez);
#9 Jared Borgetti,
#11 Ramon Morales (
#19 Alberto Medina)
Técnico: Ricardo LaVolpe
Melhor em campo: Sanchez, goleiro do México.