Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
05 junho 2005
Um Time Nada Celestial
Equador 2 X 0 Argentina
A Argentina deixa a classificação escapar. Foi o medo da "camisa amarela"?

Morno. Essa palavra pode definir perfeitamente o jogo de ontem à tarde entre Equador e Argentina, em Quito, capital equatoriana. Pelo menos para mim, que esperava algo completamente diferente. Os equatorianos devem ter adorado, afinal, venceram a Toda-Poderosa Argentina. Ei! Mas aquela era a Argentina?

Crespo, Ayala, Sorín, Delgado, Placente, Saviola, Heinze e, putz, Riquelme! Não. Esse não era o time da Argentina hoje à tarde. Deveria ser, mas não era. "Pikerman é muito detalhista e, lógico, quer chegar com os melhores no melhor estado possível para enfrentar o Brasil", disse Hugo Tocalli, um dos treinadores que ficou tomando conta dos oito jogadores acima - enquanto a delegação reserva viajava para o Equador com o técnico José Pikerman.

Contando apenas com três titulares intocáveis - Aimar e os bons sagueiros Samuel e Zanetti, capitão do time, a Argentina precisava apenas de uma vitória para garantir classificação matemática para a Copa da Alemanha. Mas, já diz o pessoal da ESPN Brasil, "repetindo o velho chavão, 'não existe mais bobo no futebol'". O Equador, país que aqui no Brasil muita gente só conhece por dar nome à linha imaginária que divide os hemisférios - e por causa da infame marchinha carnavalesca ("a capital do Equador nunca mudou/foi sempre..."), conseguiu classificação direta do Mundial da Coréia/Jappão. E está na mesma toada. O Equador, que usa camisas amarelas, semelhante ao Brasil, bateu a nossa Seleção em Quito, por 1 a 0, gol de Edson Mendes (que, ao lado de Franklin Salas, desfalcava a equipe). Então, com um time reserva, os Albicelestes argentinos não estavam em grande vantagem ante os amarelinhos equatorianos.

E esse time Albiceleste reserva não foi nada celestial. O toque de bola, característica marcante do futebol argentino que deixa qualquer adversário tonto - o time dos sonhos do Parreira - ontem serviu apenas para levar o time ao campo de ataque, perder a bola e receber o contra-ataque equatoriano. Em casa, na altitude, o Equador jogava um pouco melhor. Os argentinos se aproveitavam das aberturas em sua defesa para esboçar a reação. Por alguns instantes, a Argentina ameaçava dominar o jogo. Mas não passava disso. Atento ao fraco esquema defensivo dos donos da casa, aos 30 minutos do primeiro tempo Pikerman sacou o fraco volante Duscher, do La Coruña, e colocou no seu lugar o craque "del Timón", Carlitos Tevez. Uma ou duas boas jogadas, e uma jogada genial, grande chance de gol argentina no jogo. El Apache do Corinthians e da seleção Albiceleste não faz nada mais que isso.

Precisando da vitória para se firmar em seu terceiro Mundial, o Equador ditava o jogo de acordo com suas capacidades. Desfalcado de seus dois melhores jogadores, os já citados Mendes e Salas, o time era razoável, mas valente. Colocava em campo seu melhor toque de bola e fazia o que podia para tentar chegar ao ataque. Não conseguia bons frutos, mas insistia. O problema era passar por Zanetti e Samuel. A dupla de zaga argentina neutralizava o ataque dos "amarelinhos" sem dificuldade.
Ironicamente, o primeiro gol equatoriano saiu numa falha de Tevez no ataque e numa bobeada da defesa Argentina, que não se armou para receber o contra-ataque. Foi pega de surpresa pela arrancada do camisa 18 Reasco, um dos destaques do time, que, na entrada da área, passou a bola para Cristian Lara. Estreante em Eliminatórias, o "calouro" marcou um belo gol.
Após o gol, o jogo seguiu na temperatura que estava. Nada de especial aconteceu. Muitas vezes o Equador envolvia a Argentina no toque de bola - isso foi bonito de se ver. Merecem destaque o lateral Ulises de la Cruz e o atacante Augustín Delgado.
A Argentina não melhorou seu time. Nem mesmo com a entrada de Andres D'Alessandro. Olhos nesse rapaz, por favor. Meia do Wolfsburg (ALE), D'Alessandro é muito bom. Mas não tem repetido suas boas atuações pelos Albicelestes - tanto que foi titular apenas no jogo de estréia da Argentina, 2x2 contra o Chile em Buenos Ayres. Ontem, exibindo um moicano loiro no melhor estilo David Beckham, a atuação de Andres resumiu-se a um belo penteado. Reencontre seu futebol também por seu país, D'Alessandro, e você será um grande jogador.

O Equador voltou a marcar aos 45 minutos após uma jogada de muita categoria do estreante Lara, que passou por Galleti e fez um cruzamento perfeito, colocando a bola na cabeça de Delgado. Lara sacramentou sua estréia e foi o nome do jogo - agradável surpresa equatoriana. E nesse tom pastel, o jogo seguiu até o apito do árbitro chileno Ruben Selman. Em tempo: o argentino Cambiasso, conhecido por El Cuchu, foi expulso durante uma confusão após o gol do Equador. Por quê? Ninguém - nem o próprio Cambiasso - sabe. A TV equatoriana não repetiu o acontecido. Pena para o meia que, pouco a pouco, garantia sua vaga de titular no time. Agora está fora do maior clássico do mundo, contra o Brasil.

Assim, o Equador vai escrevendo pouco a pouco a classificação a um Mundial pela segunda vez na sua história - a primeira foi para a Copa de 2002. Para a Copa de 1930 o Equador não se classificou. Foi convidado, como todos os outros participantes dessa Copa.

Quanto a Argentina, fraca. Quando fiz questão de cobrir esse jogo, esperava mais. O que vi foi uma Argentina que não conseguiu passar pelo Equador. Será que foi medo de uma camisa amarela? A verdade é que Pikerman pagou o preço por respeitar demais o Brasil. Poderia retornar de Quito com a classificação garantida. Bom, garantida já está. Alguém duvida que eles vão à Copa? Mas desse ponto em diante, a Argentina jogaria apenas para arrumar o time.

Mas não vamos nos enganar com os Albicelestes. Colocando em campo seus titulares Crespo, Saviola & cia., eles se tornam a Argentina mais forte desde o timaço de 94 (que tinha Cannigia, Léo Rodríguez, Redondo, Zapata, Goycochea e uns tais Gabriel Omar Batistuta e Diego Armando Maradona).
Com o time titular, a Argentina dará trabalho ao Brasil. Será o maior clássico do futebol mundial, disputado pelas duas melhores seleções do mundo, sem exagero nenhum. E essa Argentina completa não vai tremer nas bases diante de nenhuma camisa amarela. O Brasil, para ganhar, vai precisar jogar bem. Com as duas seleções jogando bem, veremos uma verdadeira batalha em campo que, caso o Brasil vença hoje o Paraguai, valerá a liderança da chave Sul-americana nas Eliminatórias. Então, como um fã apaixonado por futebol, eu imploro: Brasil, Argentina... não me decepcionem!

Ficha das equipes:
EQUADOR - #1 Edwin Villafuerte; #4 Ulises de la Cruz, #6 Geovanny Espinoza, #3 Iván Hurtado e #18 Neicer Reasco (#16 Mario Quiroz); #13 Paúl Ambrossi, #15 Marlon Ayoví, #20 Edwin Tenorio e #5 Antonio Valencia (#14 Carlos Tenorio); #7 Cristian Gómez (#10 Cristian Lara) e #11 Agustín Delgado. Técnico: Luis Fernando Suárez

ARGENTINA - #1 Leonardo Franco; #2 Fabricio Coloccini, #3 Gabriel Milito (#20 Luciano Figueroa), #6 Walter Samuel e #4 Javier Zanetti; #5 Aldo Duscher (#9 Carlos Tevez), #19 Esteban Cambiasso, #18 Kily González e #16 Pablo Aimar (#15 Andres D'Alessandro); #7 Luciano Galleti e #11 Maximiliano Rodríguez. Técnico: Jose Pekerman
thiagoleal | 2:10 AM |
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