A aventura dos dois times brasileiros na busca pela LibertadoresNo último final de semana, São Paulo e Atlético Paranaense entraram em campo com seus times reservas, poupando jogadores para a final da Taça Libertadores. Uma atitude típica das equipes brasileiras: priorizar uma competição diante de uma partida mais importante.
Embora dessa vez tenha dado certo (o expressinho do São Paulo venceu o Flamengo por 2x0 enquanto o Atlético conseguiu sua primeira vitória no campeonato contra o Coritiba, 1x0), nem sempre essa tática funciona. Ano passado, Santos e São Paulo também pouparam suas estrelas. Resultado, perderam a Libertadores e tropeçaram no Brasileirão - tá certo que se recuperaram depois, o Santos foi campeão e o São Paulo 3º colocado. Mesmo assim, poderiam ter tido um caminho menos doloroso até o topo.
Mas há duas semanas, o São Paulo, com o time reserva (à exceção de Rogério Ceni), tropeçou diante do Inter em casa.
Atualmente, o SPFC amarga a 14º posição na tabela, e pode encontrar dificuldades de subir novamente. O Fluminense que volta a brigar pelas primeiras colocações caiu na tabela quando decidiu poupar jogadores para a final da Copa do Brasil. Perdeu a Copa do Brasil. Se recupera na tabela porque, como era líder, sua queda não foi das maiores. Caso perca, hoje, a final da Libertadores, será que o São Paulo sobe até o topo no Brasileirão?
Já o Atlético, lanterna, agora que soma 6 pontos no Brasileirão. Joga a partida de sua vida. E a primeira vitória do time, contra o maior rival, foi justo com o time reserva.
Ano passado, durante a Copa Sulamericana, alguns times pouparam jogadores no Brasileirão por causa da competição. No segundo semestre desse ano, isso deve se repetir. Tá certo que jogos nos fins de semana e durante a semana podem ser exaustivos para os jogadores. Mas priorizar competições nem sempre dá resultado e, de quebra, o time pode sair prejudicado nas duas.
Ah, e o Atlético provavelmente terá no Morumbi seus 2.000 torcedores (contra os 60.000 do SPFC), cota liberada pela direção do tricolor. O time paranaense ameaçou recusar a cota, e teríamos uma final com torcida 100% são-paulina - como na Final da Copa João Havelange em 2000, no São Januário só com torcedores vascaínos (quando o estádio de Eurico foi abaixo), e como nas semifinais da Libertadores ano passado entre River e Boca que, por punição administrativa, só o time da casa teve torcida em cada um dos jogos.