Jogadores brasileiros atuando por outras SeleçõesEm 1934 o ponta-direita
Filó, sob o nome Guarisi, se tornava o
primeiro brasileiro Campeão do Mundo. Ex-jogador do Corinthians e do Palestra Itália, Filó se naturalizara italiano, e disputou a Copa do Mundo pela Azzurra - e venceu. Nem sabia Filó que vestir a camisa de outra Seleção se tornaria bem comum para os garotos nascidos no Brasil... e, claro, por outras razões.
Atualmente, dois brasileiros brigam pela coroa de principal ídolo estrangeiro em "seus países":
Deco, pela Seleção Portuguesa - ídolo incontestável do fuutebol lusitano e, certamente, estrangeiro naturalizado mais badalado do futebol mundial; e
Francileudo dos Santos, pela Seleção da Tunísia, autor do gol do título na última Copa da África e "herói nacional". Claro, este com bem menos marketing que Deco.
"Deco é nosso ouro", me disse certa vez um torcedor português.
Derlei, outro brasileiro jogador do Porto, adquiriu seu passaporte português e vive a espectativa de ser convocado por Felipão.
Jardel, em seus tempos de Sporting, declarou que amava Portugal e seu sonho era defender a camisa rubro-verde. Impossível, Jardel!! O Sr. já vestiu a amarelinha antes.
E se portugal busca mais um brasileiro para se encaixar em seu time, a Tunísia de Francileudo já contava com um outro brasileiro, mesmo antes do sucesso do atacante:
Clayton, que joga pelos africanos desde a Copa de 2002.
A Alemanha conta com um multi-nacional
Kevin Kuranyi, nascido no Brasil, filho de mãe panamenha e pai alemão, neto de avô húngaro. OK, não dá pra considerar Kuranyi brasileiro. Mas
Paulo Rink, formado no Atlético Paranaense, ex-jogador do Bayer Leverkusen, era um brasileiro legítimo naturalizado alemão e vestindo a camisa da seleção mecânica.
Ainda temos
Zinha pelo México e
Alex Santos pelo Japão - país que teve
Wágner Lopes na Copa de 98 e conta com Zico como técnico atual.
Se formos contabilizar esses ídolos do passado, teremos
Alexandre Guimarães que atuou pela Costa Rica na Copa de 90 (e dirigiu o país em 2002) e
Luís Oliveira (
Oliverrá) pela Bélgica em 94 e 98.
Claro que muitas vezes, a naturalização ocorre por laços e raízes com o país em questão. Mas o mesmo pode ocorrer pela impossibilidade de defender a Seleção Brasileira. Hoje é fácil dizer que Deco é um grande jogador. Mas há dois anos, quando convocado, a primeira coisa a se comentar foi, "Deco não teria espaço na Seleção Brasileira". E Derlei? Teria espaço? Quanto a Francileudo?
Cada vez mais concorrida, a Seleção Brasileira se torna um clube restrito. É natural que jogadores brasileiros venham a se naturalizar estrangeiros. O "croata"
Eduardo da Silva, caso mais recente, certamente não será o último. Resta saber quantos brasileiros teremos em campo na Copa da Alemanha - claro, com camisas de outras cores que não amarela.