Zagallo volta à Seleção querendo mais uma Copa do Mundo em seu currículo...Após se submeter uma cirurgia que retirou parte de seu estômago, pâncreas, vesícula e duodeno, onde teve um tumor,
Zagallo está de volta à Seleção. E do mesmo jeito, ele garante. Para o bem ou para o mal - e, na minha opinião, mais mal de que bem.
É difícil criticar Zagallo, porque o homem tem um currículo impecável. Duas Copas do Mundo como jogador, uma como treinador, uma como assistente e mais uma final disputada como treinador. Mas, ainda assim, poergunto... Será o tal "Velho Lobo" isso tudo?
O valor de Zagallo como jogador eu não vou discutir - até gol em final de Copa do Mundo o homem fez. Sem dúvida, seu papel na história da Seleção é inquestionável. Mas, e depois disso? O que Zagallo fez de espetacular pela nossa Seleção?
Copa de 70.
João Saldanha, amante do futebol romântico e treinador com cabeça à frente de seu tempo, ex-treinador de um
Botafogo que tinha em seu elenco uns tais de
Garrincha,
Didi e
Nílton Santos, era o verdadeiro responsável por aquela Seleção. Quando o então presidente
Médici pediu a presença de
Dario, um garoto que vinha voando no
Atlético Mineiro, Saldanha, marrento que era, entendeu que aquele time afiado não precisava de Dario (e
NÃO PRECISAVA MESMO) e respondeu:
"Eu não escalo o ministério, então o Presidente não queira escalar a Seleção". Graças a essa declaração, a maior injustiça do futebol brasileiro foi cometida. Médici exigiu que a CBD afastasse Saldanha. O treinador foi afastado do cargo e para seu lugar chamado Zagallo, que tinha a seu lado um jovem assistente,
Carlos Alberto Parreira. Zagallo não fez
NADA na Copa. Aquele time afiado nem precisava de treinador. O time jogava só. E quem o armou foi Saldanha. O time era dele, o título também.
Nas Eliminatórias para a Copa de 94, papéis invertidos, Zagallo foi o assistente de Parreira que se opunha a convocação de
Romário - porque, quando convocado a Copa América de 91, Romário chegou, foi relacionado para o banco e disse que não havia vindo da Holanda para o Brasil para ficar no banco, e se mandou. Temendo a não-classificação, Parreira chamou Romário. O que o Baixinho fez na última partida das Eliminatórias e na Copa todos nós sabemos.
Em 98, Zagallo como treinador escalou um time estranho. Levou
Doriva à Copa. E levou três jogadores em fase excepcionais -
Edmundo,
Denílson e
Giovani, para deixá-los no banco. Na zaga titular,
Júnior Baiano. Um
Bebeto irregular atuou toda a Copa. Romário foi cortado e substituído por
Emerson (um volante!!). O time que Zagallo montou se mostrou irregular toda a competição e, na final, perdeu por incontestáveis 3x0 da França.
Depois de ficar de fora em 2002, Zagallo é chamado de volta à Seleção. Primeiro num amistoso de final de ano, contra a Coréia, que a CBF rotulou como "despedida de Zagallo - como pode, se antes Felipão tinha sido escalado para o jogo e se recusou? Despedida num jogo pré-marcado onde não tinha sido nem chamado? Em seguida, a Seleção anda para trás e chama a dupla Parreira-Zagallo novamente.
Parreira diz que a Seleção é dele e não deixa Zagallo interferir. O Velho Lobo está lá só como assistente. Mas de que adianta ter um assistente como Zagallo? Ora, o que Zagallo faz mais de últil na Seleção se não somar letinhas para resultados 13 e dizer para a câmera da Globo?
Zagallo tem seu valor, está imortalizado na Seleção. Mas entendo que ele não é o assistente que a Seleção precisa. Para esse cargo, a Seleção deveria ter o futuro sucessor de Parreira. O homem que vai assumir as rédeas quando o Parreira sair. E quem será esse homem? Zagallo de novo?
Por favor, não!!