Seleção brasileira conquista a vaga para a Copa 2006
Eu tenho 17 anos. O primeiro jogo de futebol que eu lembro aconteceu entre 1991 e 1992. O primeiro jogo da seleção que marcou a minha vida foi Brasil e Uruguai, Eliminatórias para a Copa de 94. Eu tinha seis anos e morava no Rio de Janeiro. Lembro do calor absurdo, da ansiedade que a cidade vivia em torno do jogo e dos engarrafamentos. Morava a três quadras do templo do futebol. Para a Copa de 2002 eu sofri. Aquele jogo em Buenos Aires, não sei quantos técnicos e no fim, contra a Venezuela, a classificação.
Hoje, com três rodadas de antecedência, o Brasil conquistou a vaga para a próxima Copa do Mundo. A vitória saiu no primeiro tempo e a goleada, que já foi gorda, poderia ter sido muito maior. E eu, tão acostumando ao sufoco chamado eliminatórias disse ao meu pai: "Tão fácil..."
Pois bem, a seleção classificou-se. Seremos por no mínimo mais quatro anos a única seleção a participar de todas as Copas. E, com esta seleção, tenho muita esperança de ver algo único, algo que entre para a história. Nunca tinha visto, em esporte nenhum, uma superioridade tão grande de uma seleção sobre as outras. A seleção tem em quase todas as posições craques e, na reserva, jogadores que não fariam feio no time titular. Eu não duvido que caso a seleção vença a próxima Copa, com atuações geniais de Robinho e Ronaldinho, o time de 2006 venha a ser comparado com a seleção do Tri. Se perder, não duvido que a comparem com os canarinhos de 82.
Estamos com uma oportunidade única. A oportunidade de ver uma seleção fazer história. Espero que os caras que entrarem em campo entendam o momento e joguem como a seleção jogou os últimos jogos da Copa das Confederações e hoje.
Adriano, a máquina: este garoto é um fenômeno! Marcou três hoje, marcou três na estréia do Campeonato Italiano, marcou dois contra Argentina e Alemanha no último torneio com a seleção. Com a força física que Adriano tem, poucos zagueiros conseguem disputar corpo-a-corpo com o craque da Inter. Eu temo que ele fique na reserva na Copa, mas, ei! Já pensaram as arrancadas de um Adriano novinho em folha contra uma defesa já castigada? Se acontecer de Ronaldo ficar de titular, o que eu não concordo e Parreira desistir da composição usada hoje, Adriano continua a ser uma das maiores peças da nossa seleção.