Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
13 outubro 2005
La Batalla Platina
Uruguai e Argentina fecham com classe - e violência - a temporada regular das Eliminatórias para Copa do Mundo

Tudo dentro dos conformes. Nenhuma novidade quanto as previsões e a rodada final das Eliminatórias regulares saiu do jeito que se esperava. Basta dar uma lida no post geral para ver que as coisas saíram dentro dos conformes.

Como era de se esperar, a Suécia ficou com a segunda vaga de melhor segundo colocado. A República Tcheca e a Turquia garantiram a vaga na Repescagem em seus grupos; o mesmo vale para Noruega e Eslováquia que empatou com a Rússia. A Sérvia & Montenegro garantiu vaga direta e a Espanha vai ter que buscar seu lugar ao sol na repescagem. A França goleou o Chipre e ficou com sua vaga e a Suíça, no único jogo que não dava para prever nada, ficou com a última vaga na Repescagem.

Pelas Eliminatórias Sulamericanas, o Uruguai ficou com a vaga na Repescagem, mesmo tendo o confronto mais difícil - e isso era mesmo o mais provável a acontecer. Esse jogo merece a atenção especial do post.

Guerra da Prata
Surgido de um território que era zona de litígio entre Brasil e Argentina, o Uruguai, naturalmente, já nasceu rival desses dois países. Mas o idioma, as cores, o Rio da Prata e a bandeira sempre deixaram essa rivalidade mais próxima dos Argentinos de que Brasileiros. Uruguai e Argentina, clássico que decidiu a primeira Copa do Mundo, em 1930 no próprio Uruguai, é o jogo mais carniceiro do futebol mundial.

Fiz a opção de assistir a esse clássico ao invés do desinteressante Brasil X Venezuela. Assistindo ao jogo deu pra entender porque uma seleção histórica como a Celeste Olímpica uruguaia hoje mendiga vagas na Repescagem.

A Argentina foi melhor no geral. Seu meio-campo tocou a bola com muita classe - Riquelme, Batalla (substituindo Cambiasso), Kily e Lucho González, além de Aimar, que entrou no segundo tempo. Todos com um toque de bola afinado. No ataque, Tévez mostrou a Pekerman que merece a vaga de titular - e, a exemplo do que acontece no Corinthians, apanhou muito. Crespo não foi muito exigido. E Delgado que entrou em seu lugar mostrou que compensa as deficiências técnicas com muita garra. Messi só entrou em campo no final do segundo tempo, mas mostrou um pouco de sua classe. No entanto, a Argentina não estava afim de jogo. Apenas de relaxar, tocar a bola.

Já o Uruguai mostrou um time com MUITA RAÇA. E bateu muito - parecia seu bom time de rúgbi, que rivaliza de longe com a Argentina, a melhor da América do Sul nesse esporte. O Uruguai bateu muito mais que os argentinos - que até se mostraram intimidados. Não era raro ver jogador uruguaio pulando e levantando os pés.
Se a Argentina foi melhor num jogo como um todo, o Uruguai foi muito melhor nos momentos que decidiu jogar bola. Muito veloz, o time puxado por Diego Forlán e Álvaro Recoba em alguns momentos do jogo chegou a mostrar um futebol invejável - vide os cinco primeiros minutos do segundo tempo, quando Recoba fez o gol da vitória. Morales e Zalayeta jogaram muito bem também. O problema é que o Uruguai optou por não jogar boa parte do jogo.

O futebol que o Uruguai jogou nesses cinco minutos que definiram o jogo - igualmente ao futebol que apresentou ao virar o Brasil por 3-2 fora de casa, sofrendo o empate no final, era mais que suficiente para classificar a Celeste em 3º nas Eliminatórias. O time é melhor que Paraguai e Equador. O problema é que, a exemplo de todas as Eliminatórias, ontem o Uruguai jogou mais na catimba que na bola. Seja com entradas violentas, que foram muitas, seja prendendo bola, fazendo cêra - que foi muita também, o Uruguai apresentou 5 minutos de um futebol belíssimo e cheio de garra e 85 minutos de catimba.

Os argentinos já aprendeam há muito que o excesso de malícia atrapalhava seu futebol - e relaxaram com a catimba. Praticam ainda, mas em doses moderadas. O Uruguai prefere catimbar a jogar futebol. Ontem, poderia ter perdido a chance de jogar a Copa, caso sofresse um gol da Argentina. Não teria mais chances de reagir.

Os uruguaios vão repetir o duelo com a Austrália que os colocou na Copa de 2002 - devem vencer e seguir para a Copa do Mundo. Mas a Celeste deveria rever seu futebol. Se ainda praticam um futebol excelente, não podem abrir mão do seu jogo para ficar com malícia boba. Futebol se joga na bola. Foi assim que o Uruguai ganhou duas Copas do Mundo e, sendo ainda a terceira força da América do Sul, pelo menos tecnicamente, foi esquecendo-se de sua arte que o Uruguai virou um time de repescagem.

Vamos jogar futebol, rapaziada. FORÇA CELESTE!
thiagoleal | 10:27 PM |
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