Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
13 maio 2006
Copa do Mundo de 1950
País sede: Brasil
Campeão: Uruguai
Vice-campeão: Brasil

Principais acontecimentos:

- Período pós-guerra
- Desistências e pouca credibilidade do Mundial
- Seleção na 1ª fase
- Brasil e Espanha, o nascimento do "Olé"?
- A maior derrota da história
- O nascimento do país do futebol
- Última Copa com o uniforme branco


O nascimento do país do futebol
O esporte vira paixão na inconsolável dor de 1950

A 2ª Guerra Mundial parou o mundo. E a bola. Durante os anos 1940, os Mundiais organizados pela FIFA não aconteceram. Somente após o término das batalhas, na segunda metade daquela década, a organizadora do futebol mundial pôde voltar ao seu trabalho. Em 1946, começam os preparativos para a Copa de 1950. Os países europeus, ainda em reconstrução, não demonstraram interesse em sediar o Mundial. O Brasil, único interessado, ficou com a honra de organizar a primeira Copa em 12 anos.

A idéia inicial era receber 16 times, divididos em quatro grupos, dando oportunidade para todos os times jogarem no mínimo três jogos. Os primeiros de cada grupo jogariam um quadrangular que definiria o campeão. O formato era melhor que os anteriores, mas alguns países desistiram de participar e acabaram acontecendo os mesmos problemas dos Mundiais anteriores, como alguns países jogando apenas um jogo. Dos 16 esperados, apenas 13 vieram. Eles eram: Brasil, Iugoslávia, Suíça e México no Grupo 1; Inglaterra, Espanha, Estados Unidos e Chile no Grupo 2; Suécia, Itália e Paraguai no Grupo 3; e Uruguai e Bolívia no Grupo 4.

A seleção brasileira, impulsionada pelo imenso público que enchia o Estádio do Maracanã, construído para a Copa, venceu a partida de estréia com facilidade, 4-0 sobre o México. O segundo jogo, disputado no Estádio do Pacaembu, não foi fácil e os brasileiros só saíram com um empate em 2-2 com a Suíça. A partida que fechava a fase de grupos, contra a Iugoslávia, tornou-se de vida ou morta e, mais uma vez com o Maracanã lotado, os brasileiros venceram, 2-0.

Nos outros grupos, a Inglaterra era derrotada pelos Estados Unidos e deixava precocemente o torneio, a Itália bicampeã caia para a Suécia e o Uruguai, com um grupo de apenas um adversário, passava sem sustos para a fase seguinte. Os times que disputariam o quadrangular final seriam Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai.

O Brasil bateu Suécia e Espanha com facilidade. Contra os espanhóis, em uma exibição de gala, Ademir e Chico lideraram a melhor atuação da seleção brasileira no torneio, um 6-1 belíssimo. Neste jogo, segundo alguns, nasceu o ?Olé? no futebol. Se é verdade, eu não sei. Mas esta foi a última vez que a Espanha jogou no Brasil.

O Uruguai, por outro lado, empatou com os espanhóis e sofreu para vencer os suecos. De qualquer forma, garantiram os pontos necessários e o jogo decisivo da Copa estava marcado: Brasil e Uruguai se enfrentariam pela Taça Jules Rimet em 16 de Julho de 1950, no Estádio do Maracanã.

Com a vantagem do empate e de jogar em casa, o público brasileiro já comemorava o título. Parecia pouco provável que a seleção caísse para o Uruguai. Nos quatro jogos disputados pela seleção no Maracanã até aquele momento, Ademir e cia. tinham vencido todos, marcado 19 gols e sofrido apenas dois.

Naquela tarde de domingo, Brasil e Uruguai se enfrentavam pela primeira vez. O público, mais de 170 mil pessoas, presenciou uma catástrofe nacional. Após Friaça abrir o placar, Schiaffino e Ghiggia marcaram e o título que parecia tão próximo se foi. Este foi o maior trauma da história do esporte brasileiro. No segundo gol, Ghiggia entrou pela lateral direita e Barbosa, prevendo um cruzamento, saiu do gol. O jogador uruguaio chutou e deu a vitória ao seu país. O goleiro falhou, mas é um absurdo culpá-lo.

A dor da derrota, sentida não só por aqueles que estavam no Maracanã, mas por toda a população brasileira, que ouvia pelo rádio o jogo, marcou uma geração. Talvez esta geração, que viu aquele grande time cair, foi a mesma que comemorou com tanto entusiasmo as conquistas de 1958 e 1962. Acredito que se não tivéssemos perdido esta Copa, nossa paixão pelo futebol não seria tão forte como é. Talvez até tivéssemos conquistado outros títulos, mas duvido que a paixão seria a mesma. Como costumo ouvir do meu pai, torcedor se faz na derrota. E se esta foi a maior derrota de todas as Copas, talvez aí tenhamos a explicação do porque o Brasil é o país do futebol.

A seleção brasileira de 1950:
Barbosa, Augusto, Juvenal, Bauer, Danilo, Bigode, Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.
Artilheiro:
Ademir, da seleção brasileira, com nove gols.
Luiz Felipe Pedone | 2:16 PM |
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