Esqueça o fiasco de 2002. A Argentina de 2006 é real. E com autoridade, no maior show protagonizado por uma equipe nesta Copa, aplicaram também a maior goleada.
Vamos por partes. Primeiro, a defesa. Mais uma invejável atuação da dupla Ayala e Heinze, que simplesmente não permitiram que o adversário finalizasse a gol. Interessante como Sorín é mais meio-campista que lateral-esquerdo, enquanto pelo outro lado Burdisso não ataca e completa a defesa quando um dos zagueiros precisa cobrir o lado esquerdo. À frente da zaga, Mascherano deu show. Uma parede intransponível.
Do meio pra frente, o atacante Saviola arrebentou. Jogando solto, caindo tanto pela direita quanto pela esquerda, foi decisivo ao participar de todos os três gols da Argentina enquanto esteve em campo. Riquelme participou menos, o que é bom para os hermanos: ao contrário do que se pensava, o time não depende tanto assim do craque.
Os gols argentinos merecem ser vistos e revistos várias vezes. O primeiro e o segundo -- de Rodriguez e Cambiasso -- começaram em jogadas pela esquerda, com troca de passes envolventes, deixando sempre alguém frente a frente com o goleiro para finalizar. Aliás, o time argentino impressionou pelo toque de bola.
Rodriguez marcou também o terceiro gol, após roubada de bola de Saviola na ponta direita. Em todos os gols e também na contusão de Lucho Gonzalez é possível ver a união do time argentino, sempre liderado por Sorín. E nesse primeiro tempo Sérvia & Montenegro não viu a bola.
Na etapa final a Argentina diminuiu o ritmo. Pekerman então lançou Tevez e Messi no jogo e a dupla protagonizou o restante do espetáculo, mantendo o alto desempenho da seleção. Messi fez a jogada do quarto gol, marcado por Crespo. Tevez fez um golaço, passando por dois adversários antes de tocar na saída do goleiro. E ainda sobrou tempo para Messi fazer o seu, em passe de Tevez. Não é só o Brasil que tem banco de reservas.
A atuação de todo o time argentino impressionou e encantou. Defesa sólida, meio-campo criativo e um ataque que se movimenta muito. Seja com os titulares ou com os suplentes, o time manteve o ritmo e massacrou.
Ainda é cedo, mas pintou uma tricampeã...