Até agora, a melhor Seleção a jogar nesta Copa enganou a tudo e a todosOu pelo menos a quase todos. Quase vibrei com o post do Humberto Fernandes aqui mesmo no blog por ter sido o único, ao meu lado e ao lado do Lucas Medina a ver a qualidade de jogo da Argentina.
Quem quiser ter boa memória, lembre da noite de 08 de junho de 2005, a noite do jovem volante Javier Mascherano. No aniversário de "Masche", a Seleção Argentina, completa e a caráter, massacrou a Seleção Brasileira em Buenos Aires. OK, o Brasil estava sem Ronaldo. Mas que diferença Ronaldo faria? Ele NÃO TOCARIA NA BOLA. Por causa de Mascherano, desarmando um Ronaldinho malabarista e um Kaká esforçado, mas insuficiente para bater Mascherano. No que deu? Argentina 3 x 1.
O esquema argentino foi simples. Ser eficiente no ataque. Riquelme e Crespo foram. O primeiro, criando jogadas perfeitas. O segundo, fazendo seus gols matadores - única coisa que Crespo sabe fazer. Lucho González e Kily González foram os outros destaques. Mas, enquanto todos apontavam pra estrela de Riquelme, ninguém percebeu o Mascherano em campo - aliás, quase ninguém. Porque o Fanático (
http://www.fanaticoec.com) percebeu. Em coluna, Fanático elogiou a atuação argentina, em especial Mascherano, dando o jogador como destaque da vitória. E apontou a Argentina como favorita à Copa.
Mas aí foi aquela coisa. Mascherano veio jogar no Corinthians, virou desafeto de muita gente. Se machucou e a mídia quis pôr Masche fora da Copa. Se recuperou, voltou em sua melhor forma para ser, ao lado de Nilmar, o melhor do Corinthians no ano de 2006. E então? O que falar do Masche agora?
Mascherano, então, foi o homem-chave da vitória argentina sobre os elefantes laranjas. E a torcida brasileira se ilude. Mas a Argentina fez com a Costa do Marfim o que fez com o Brasil naquele 08 de junho. Uma marcação muito eficiente, a cargo de Mascherano e Cambiasso. E os dois fecharam a Costa do Marfim. Um ataque eficiente. Não precisa atacar muito. E dessa forma, dois atacantes irregulares, definiram a vitória: Crespo e Saviola. A Costa do Marfim, melhor time africano na competição, tentou em vão. A parede argentina era forte demais. Parede fechada por Ayala (jogou muito bem) e Heinze fecharam a zaga. E, nos poucos furos, contaram com a ajuda de
El Pato Roberto Abbondanzieri. Pelo meio, Mascherano e Cambiasso fecharam o caminho. No final das contas, a Argentina ganhou da forma que vem fazendo desde a entrada de José Pekerman. Um jogo defensivo, que não é exatamente uma retranca, e ao mesmo tempo eficiente. Coisa que Parreira fez em 94 e hoje não consegue fazer. Coisa que Pekerman faz. Será que vai dar para Pekerman como para Parreira em 94?
E os comentários foram iguais aos que ouvi naquele 08 de junho. "Cara, se o Brasil tivesse jogado como jogou no segundo tempo, venceria o jogo". Não venceria. Porque o Brasil não atacou. A Argentina apenas segurou a bola. Foi o que fez contra a Costa do Marfim. Foi assim que venceu o jogo. E jogou muito bem. Parabéns para eles! A prova: primeira Seleção a mostrar a que veio. Argentina está aí para brigar pelo título. Alguém duvida? Então aposte todo seu dinheiro contra Pekerman.
Destaque da partida: Javier Mascherano
Olho nele: Rodrigo Palacio. O jovem
Jedi do Boca Juniors. Já falei nele no post do dia 20 de dezembro de 2005, apontando como o único destaque do Boca campeão da Copa Sul-Americana. Palacio veio a ser convocado para a Seleção apenas este ano, como uma surpresa, e já entrou em campo mostrando personalidade no primeiro jogo de sua Seleção na Copa do Mundo. Tem tudo para ser um dos destaques do time.
P.S.: Tevez e Messi não foram necessários. Quem estava em campo deu conta do recado.