Por Humberto Fernandes

A tão sonhada estréia da Seleção Brasileira finalmente aconteceu e o time mais favorito de todos os tempos não jogou como tal. No final o talento individual e a maior técnica dos jogadores brasileiros fez a diferença.

O Brasil começou melhor no jogo, controlando a posse de bola e criando oportunidades de gol, chegando ao ataque com Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos, este último em chutes de longa distância.

Logo após a Cróacia se soltou, adiantando o meio-de-campo e pressionando mais. Porém a defesa brasileira esteve bem posicionada, com Émerson por vezes quase como terceiro zagueiro.

Com Ronaldinho Gaúcho recuado em relação ao seu habitual e sem muita movimentação de Ronaldo e Adriano no ataque, o Brasil ficou sem criatividade em campo. O meio-de-campo não pegava e a Croácia se aventurava.

Foi então que Kaká decidiu a partida, ao se posicionar sem marcação na intermediária, receber um passe de Cafu e de fora da área chutar de esquerda sem chance de defesa para o goleiro croata.

No segundo tempo, como a Seleção Brasileira pouco ameaçava, a Croácia saiu de vez para buscar o empate, mandando no jogo. Dida foi bastante exigido, porém em chutes que inevitavelmente iam em sua direção. O goleiro brasileiro não fez sequer uma defesa difícil, mas os croatas chutaram algumas vezes a gol, geralmente pressionando pelo lado direito da defesa brasileira.

A jogada mais perigosa do Brasil continuava sendo com Kaká, arriscando de fora da área. Não deu certo. Mais uma vez, assim como no jogo amistoso contra a Nova Zelândia, a Seleção não usou as laterais do campo para atacar. Foram raras as jogadas de linha de fundo, sendo que em uma delas saiu o gol e em outra Cafu cruzou e Ronaldinho Gaúcho forçou o goleiro croata a fazer boa defesa após sua cabeçada.

Mesmo sob tortura croata Pé-de-Uva não mexeu no time, exceto pela já esperada troca de Ronaldo por Robinho. Não experimentou, por exemplo, trocar o ineficiente Zé Roberto, que jogou livre de marcação, por Juninho Pernambucano, que poderia marcar como o camisa 11 e ainda distribuir melhores passes.

No geral, o quadrado mágico brasileiro teve raros momentos de alguma magia, com Kaká ou Ronaldinho Gaúcho, porque a dupla de ataque não existiu. A defesa atuou muito bem no primeiro tempo, menos no segundo, quando parecia reagir no susto.

Pela estréia, valeram os três pontos e a segunda colocação no grupo. Como dito aqui ontem, a Austrália entrará em campo como líder do grupo F no confronto contra o Brasil.

Thiago Leal

Festa Croata na vitória Brasileira

Nem você Kaká? Nem você?

Mais uma vez, vou remeter a meu post do dia 08 de junho de 2005. O Brasil levava de 3x1 na Argentina e, desde aquele jogo, nós aqui no Camisa10 começamos a martelar: Kaká é o melhor jogador da Seleção. Ou seja... temos essa opinião há mais de um ano. O pessoal do FutLoucos (http://www.fanaticoec.com/futloucos.htm) também tem essa opinião há um bom tempo. E só esse ano, após começarem os treinamentos para a Copa, que a mídia passou a deixar mais de lado Ronaldo e Ronaldinho e chamou mais a atenção para quem, de fato, se esforça e joga bem pela Seleção: o Kaká. Tem sido, há, pelo menos três anos, o melhor jogador brasileiro em atividade. Kaká não dá show, não faz malabarismos. Por isso ninguém lembra. Gente, o que ganha jogo é bola pra frente. Não levantar a bola com um pé, passá-lo por cima dela e apanhar com o outro pé.

Ronaldinho: Venho o criticando severamente. Tanto na Seleção quanto por suas últimas atuações no Barcelona. Hoje, Ronaldinho pegou a bola, nos primeiros minutos, e passou por três Croatas. Pensei... "Opa! O rapaz vai jogar essa Copa!" Me enganou. Não me enganei. ELE me enganou. Foram poucos os momentos de brilho do Ronaldinho em campo. Às vezes descolava um passe muito bem-feito. No geral, mais do mesmo. Não conseguia vencer a forte marcação Croata. "Ah, mas ele é muito marcado!" Ou será que na Espanha ele é mal-marcado? Porque, contra o Arsenal, Ronaldinho também não fez NADA, na final da Liga dos Campeõs. A verdade é... contra o Múrcia, contra o Osasuna, o Mérida, o Athletic Bilbao, é fácil falar malabarismos. Quando a marcação aperta, parece que não dá. E ainda querem me comparar o Ronaldinho a Pelé e Maradona? Ronaldinho é um baita jogador. Mas pra ele, a fila ainda tem Cruyff, Laudrup, Best, Zidane, Romário, Ronaldo Fenômeno no auge, Giggs, Zico, Rivellino, Kempes, Baggio... a lista é enorme!

Kaká: Sem dúvida, um craque! Foi o melhor da Seleção em campo, marcou um golaço. Mas também não foi bem, ou pelo menos não foi tão bem como costuma ser. Culpa da falta de mobilidade do setor. Ronaldinho, Adriano e Ronaldo não ajudaram. Robinho, quando entrou, também não. Por falta de opção, Kaká foi o melhor em campo. Mas uma coisa não mudou. Sua garra. Kaká, como sempre, um batalhador em campo. Marcado DEMAIS, muito mais marcado que Ronaldinho e Robinho, inclusive sofrendo marcação homem-a-homem de Kovac no 1º tempo, antes que o meia se machucasse, Kaká não pode fazer tudo sozinho. Até voltar para marcar e ajudar na defesa, Kaká fez! Minha sensação é a mesma que em 08 de junho de 2005. Kaká é o cara! Força, garoto!

Emerson e Zé Roberto: Incrível! A dupla de volante, que sempre reclamamos muito, funcionou muito bem. No entanto, ao tentar ligar a saída de bola, Zé Roberto encontrava um time marcado e parado, portanto ficava ineficiente. Nós que pedimos para que eles esquentem banco queimamos nossa língua. Raça para os dois. Bela partida.

Defesa: Cafu e Roberto Carlos se esforçaram muito. Subiam ao ataque, desciam para marcar. Fizeram partida razoável. Mas não podemos nos queixar de que eles não se esforçaram. Cuidaram das laterais como podiam. Bom jogo para eles. E a dupla de zaga... bem... Lúcio e Juan cometeram os furos de sempre. Mas foram regulares, marcaram bem o ataque Croata, anularam Prso... me surpreenderam. Ajudaram o time e, pela primeira vez, ataque foi melhor que defesa. Parabéns aos rapazes que guaram os cadeados. E graças a Deus, não existe nenhum Roque Jr. lá atrás.

Dida: Quem reclama de nosso goleiro que engula o apito. Sai bem nas bolas, fecha o gol, pegou bolas difíceis e passou segurança, o que muitas vezes ajuda a zaga a se tranqüilizar e trabalhar melhor. Dida foi muito bem no jogo. E graças a Deus, era o Dida, não o Ceni, debaixo dos paus. Do contrário, os cruzamentos Croatas poderiam ser fatais.

Robinho: Até que entrou bem, por dar um pouco mais de mobilidade na frente. Fez com que Adriano jogasse enfiado como centroavante. Bom, fora isso, não fez grande diferença. Robinho não é um bom jogador, já estão aprendendo isso em Madrid. É mais um que tem dificuldades quando marcado - e na Europa, diferentemente do Brasil, existe marcação. Incrível como Robinho consegue ser mais anulado que o Nilmar quando marcado. Muitas vezes pegava a bola e, ao invés de avançar, Robinho recuava. Não sabe ir pra frente? Por que não pedala? Ah, sim. Aqui não é ciclismo. No Santos, contra as defesas do Corinthians, Juventus (SP) ou um time de segunda da Bolívia ou da Colômbia na Libertadores, dá pra pedalar. Na Seleção, no Real Madrid ou até mesmo no Santos, quando enfrenta um Boca Juniors, não dá? Patético. Isso que Robinho é. Um ótimo jogador para o nível do Brasil. Para nível Europeu, um Léo Lima da vida. Vá jogar na Hungria. Sugestão? Da próxima vez tentem o Fred.

Ronaldo: Não merece consideração, afinal, se ele chamou o Presidente de alcoólatra, muito provavelmente me chamará de junkie viciado. As imagens de Ronaldo em campo falam por si só. Espero que tenha um lugar da largura de seu quadril no banco.

Lambrando: Desde que começou essa onda de pôr pra jogar Ronaldo e Adriano juntos que reclamamos, lembram-se? Vejam o post de 31 de agosto de 2005, quando a formação começou, quando começamos a criticar. Taí. A prova foi tirada hoje.

O que mais me impressiona é ver pessoas criticando a Argentina e a Alemanha em suas partidas, dando as duas como seleções fracas, em partidas ruins, que dificilmente podem vencer a Copa. E o Brasil hoje? O que foi? O que fez? E olha... o Brasil pegou uma Seleção que jogou MUITO MAL! Não foi uma Croácia aguerrida, como a Costa do Marfim que a Argentina enfrentou ou a Costa Rica que a Alemanha pegou. Imagina se a Croácia joga bola! Estaríamos sem três pontos, sem dúvidas. E vocês ficam se preocupando com Argentina ou Alemanha. Ora. Preocupem-se consigo mesmos e com a Seleção do seu país. Essa Seleção que hoje foi, no mínimo, patética em campo.

Itália ou República Tcheca. Qualquer uma das duas que o Brasil enfrentar, será um sério risco de voltarmos para casa MUITO MAIS CEDO.

[23:50] Boa defesa, péssimo ataque
Por Luiz Pedone

Às vezes acho que não entendo nada de futebol. Se bem que talvez seja verdade, eu seja um ignorante no assunto. Afinal, eu estou em último no bolão daqui de casa. Hoje, mais uma vez, errei. Achei que nossa seleção teria facilidade no ataque e problemas na defesa. Aconteceu o contrário e pior, tive que aguentar meu pai com uma frase que ele usa há doze anos: "Esse é um time de Parreira..."

Bem, se eu disser que gostei do jogo, estarei mentindo, mas gostei de algumas coisas. Por exemplo: a zaga, que jogou firme, não cometendo erros bobos; os volantes, que praticamente não erraram (e não subiram) e os nossos idosos laterais.

Emerson, o cara que faz o que ninguém quer fazer, marcou perfeitamente, correu muito e se não fosse ele, o placar poderia ser outro. Em lances no fim do jogo, por exemplo, seu posicionamento em campo foi decisivo para conter ataques croatas. Se ele mantiver as boas atuações, não teremos TANTOS problemas lá atrás.

Os laterais subiram muito, mas não para cruzar bola, igual fazem os europeus. Roberto Carlos buscou Ronaldinho e, não fosse a fraca atuação do melhor do mundo, o setor faria mais estrago. Cafú, que sempre corre muito, foi muito bem.

O maldito quarteto mais uma vez deu provas que não pode continuar, pelo menos não deste jeito. Ronaldo fez a sua pior atuação na seleção, foi um a menos. Além de não conseguir matar uma bola sequer, demonstrando sua falta de ritmo e que realmente tem uns quilos à perder, o Fenômeno não se movimentou. Adriano esteve mal, mas pelo menos buscou jogo. Ronaldinho, o cara que sonha em ser Maradona, demonstrou que ainda precisa jogar muito para brigar com os dois deuses do futebol (o outro, o maior de todos, Pelé). Kaká, mais uma vez o mais eficiente, não jogou como costuma, mas boa parte disso devida à forte marcação que sofreu. De qualquer maneira, marcou o gol da vitória. Um belo gol, que lembrou muito aquele marcado há um ano atrás, contra a Argentina, na final da Copa das Confederações.

Robinho, a única substituição feita por Parreira, deu um pouco mais de movimentação ao ataque, que mesmo assim não chegou com boas chances. Aposto que Robinho termina a 1a fase como titular.

Acho que essa seleção foi melhor que boa parte das européias, mas como disse no primeiro parágrafo: eu não entendo nada de futebol.