Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
14 junho 2006
Fenômeno

Ronaldo Nazário de Lima começou sua carreira nas categorias de base do São Cristóvão de Futebol e Regatas, clube carioca com alguma popularidade na década de 1920 que, hoje em dia, profissionalmente não tem grandes aspirações.
Ainda garoto, com 16 anos de idade, Ronaldo fez teste no Clube de Regatas Flamengo. Em troca de um lugar na equipe, bastava que o rubro-negro pagasse as duas passagens de ônibus para que o menino pudesse chegar ao clube. O Flamengo não quis e o dispensou. Mas dirigentes do Esporte Clube Cruzeiro tinham visto Ronaldo jogar no Rio. Viram, gostaram e o levaram para Minas Gerais.
Em 1993, com a camisa do Cruzeiro, Ronaldo jogou seu único Campeonato Brasileiro. Era chamado Ronaldinho, usava aparelho nos dentes, tinha ar e papo de criança, e marcava muitos gols. Um, antológico. Em partida contra o Bahia, o experiente goleiro Uruguaio Rodolfo Rodríguez faz uma defesa, põe a bola no chão e reclama da zaga. Ronaldo se aproveita de sua distração e, oportunista, marca o gol.
Em 1994, aos 17 anos, Ronaldo ganhou seu primeiro e único título com o Cruzeiro. O de Campeão Mineiro. Foi convocado por Parreira para a Seleção que ganhou o Tetracampeonato nos Estados Unidos, mas não chegou a jogar nenhuma partida. Em seguida, assinou com o PSD Eindhoven (HOL), então ex-lar de um outro ídolo. Romário. Em 1996, venceu a Copa da Holanda pelo PSV. No mesmo ano, quando estava com a Seleção Brasileira Olímpica em Atlanta, EUA, para a disputa dos Jogos Olímpicos, Ronaldo assinou com o Barcelona. E, naquele mesmo ano, ganhou o prêmio FIFA Gala de melhor jogador do Mundo.
Na Espanha, seguiu fazendo história. Em 1997, venceu a Copa do Rei, a Supercopa da Espanha e a ReCopa Européia. E mudou novamente de lar. Foi para Milão, junto com a namorada, a modelo Suzana Werner, defender as cores da Internazionale. Antes, ganhou novamente o FIFA Gala como melhor do Mundo.
Em 98, ganhou seu único título com a camisa neroazzurri: a Copa da UEFA 98. E ganhou um apelido da imprensa de Milão: Il Fenomeno. Chegou à Copa da França como estrela máxima, fez um grande Mundial. Exceto pela final, quando teve uma convulsão no grande dia do jogo - 12 de julho de 98 - e ficou apagado em campo. Mesmo assim, venceria o prêmio de Bola de Ouro da Copa do Mundo.
Em 99 Ronaldo viria a sentir o começo do trauma. Rompeu o ligamento cruzado do joelho. Passou um ano parado. Nesse período, se separou de Suzana Werner e casou-se com Milene Domingues, com quem teve um filho: Ronald. Voltou a jogar em 2000. Em sua primeira partida, a lesão no joelho se agravou ainda mais. E foi mais um ano parado. Ronaldo só voltou a jogar, sob forte desconfiança, em 2001.
Em 2002, Ronaldo se superou. Voltou à Seleção Brasileira, fez uma excelente Copa do Mundo, ganhou o pentacampeonato e foi artilheiro da competição com 8 gols. No mesmo ano, apús discussões com o treinador Héctor Cúper, pediu para sair da Internazionale e se transferiu para o Real Madrid, onde ganhou no mesmo ano a Copa Intercontinental (Mundial Interclubes). Em 2003, venceu o Campeonato Espanhol. E encerrou o casamento com Milene Domingues.

Desde então, Ronaldo tem sido mais manchete por seus casos amorosos que por seu futebol. Engordou. Muito. Perdeu a velocidade e explosão que lhe eram característicos. E o pior de tudo é: não aceita críticas. É impressionante a irritação de Ronaldo quando alguém o chama de gordo. Ou mesmo o pergunta se está, ou não, gordo. E essa irritação se estende a Zagallo e Parreira. A CBF, ao invés de divulgar o peso do atleta e mostrar, de forma clara e aberta, o quanto ele precisa para voltar a forma, prefere esconder o assunto, manter de forma sigilosa, fingir que nada está acontecendo.
Ontem vimos em campo o resultado disso tudo. Ronaldo não agüentava o jogo. Pesado, não se mexia em campo. Não procurava receber a bola. Não se movimentava. Não jogou. Essa é a verdade. E foi substituído. E aí começaram as vaias. E as críticas.
O problema é que, para muitos, essa má fase do Ronaldo não é de hoje. As críticas vêm desde 2003 e se ascenderam em 2004. Ontem, a Torcida Brasileira não agüentou um Ronaldo inútil em campo e o vaiou. A torcida de Madrid vem fazendo isso desde 2003, 2004. E Ronaldo sempre dava o argumento "Eles são fãs do Raúl. Não gostam de mim por isso". O que dizer de ontem então? Que os torcedores são fãs de Kaká, por isso o vaiaram? Por não gostarem dele?

Ronaldo pede respeito por sua história na Seleção. E o merece. São 12 anos vestindo a camisa amarela e lutando por ela. Mas se não tem condições de jogo, é melhor ficar no banco a entrar e se expor dessa forma, além de fazer o time render muito menos. Todo mundo critica - menos a Globo/SporTV, que omitiu o fato do jogador ter sido vaiado e se recusou a criticá-lo. E ainda criticou o Kaká, por este declarar que Ronaldo deveria ter se movimentado mais em campo.

Parreira chega ao ponto de dizer "Vou mantê-lo no segundo jogo, pois ele precisa ganhar ritmo". Meu amigo... ritmo, um jogador deve ganhar antes da Copa. Na competição, é hora de entrar para jogar. Colocar Ronaldo em campo, dessa forma, com esse físico, com esse jogo, não é uma maneira de respeitá-lo. É, sim, uma falta de respeito, por exigir de Ronaldo, tão judiado por contusões, que ele seja hoje o fenômeno explosivo que era com 18 anos.
thiagoleal | 9:24 AM |
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