Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
26 junho 2006
ITÁLIA 1 X 0 Austrália
Injustiça poética - e justa?
por Thiago Leal

Ainda não li em lugar algum resenha sobre a partida de agora há pouco. E, desde já, sei que vou me referir a um lugar comum. Porque ele é imprescindível.
A Itália comeu o pão que o diabo amassou na Copa de 2002. Cinco gols legais anulados, pênalti não marcado na prorrogação com gol de ouro nas oitavas-de-final - e ainda expulsão injusta de Totti - que culminaram com a derrota e eliminação diante da Coréia do Sul, dirigida por Guus Hiddink.

Se naquela edição a Itália fora prejudicada pela arbitragem, hoje, diante do mesmo Guus Hiddink, a Itália foi beneficiada com um pênalti marcado aos 48 minutos do 2º tempo - e o gol da vitória.

A princípio, a Itália fez um excelente primeiro tempo - e o que eu mais me perguntava era... quem escolho melhor em campo quando o jogo acabar? Cannavaro? Pirlo? Del Piero? Zambrotta? Gilardino? Toni? Ou até mesmo o goleiro Buffon? Todos fizeram um grande 1º tempo. Até mesmo Gattuso. Por parte da Itália, talvez apenas Grosso não tenha merecido destaque na etapa inicial.
A defesa italiana foi fantástica no 1º tempo, comandada por Cannavaro. Marcação quase perfeita - que, quando cometia alguma falha, tinha o Buffon como segurança. Os volantes articularam o jogo muito bem. Os alas, mais precisamente o Zambrotta, fizeram com precisão o trabalho ofensivo, além de apoiarem a marcação. E os dois atacantes desciam para receber a bola e entravam na área com precisão. Pena que Luca Toni estivesse num dia ruim para finalizar. Mas duas coisas valem de elogio à Itália do 1º tempo: *Em nada lembra aquela Itália de retrancas de meados dos anos 90. *Mesmo com um atacante de mais de 1,90m, o Toni, o time italiano dá preferência a ataques pelo chão e raramente busca o jogo aéreo. E, infelizmente, a Itália acabou o 1º tempo sem marcar. 0x0

Já a Austrália merece aplausos e aplausos. Os socceroos não jogaram de forma violenta e aprenderam como dificultar a vida do adversário. Mantendo a posse de bola. Liderou este fundamento durante todo o jogo - como sua qualidade técnica era insuficiente para marcar gols na eficiente defesa italiana, a Austrália tocava a bola com paciência. Conseguiu três bons ataques no 1º tempo que pararam nas mãos de Buffon. E, na defesa, continuou com a marcação furada que predominou durante toda a Copa e, por sorte, Toni estava com a pontaria ruim.

O segundo tempo marcou diferença entre as duas seleções. A Austrália voltou em campo de uma forma que, talvez num passe de mágica, surpreendeu a Itália. Ataque muito mais eficiente que na primeira etapa - principalmente pela mobilidade do meio-campo, liderada Cahill - o melhor do jogo, disparado. Culina, homem de marcação, também foi muito bem. A exemplo de Chipperfield. E a Austrália acabou dominando a partida, obrigando a Itália a teroceder àquela retranca dos anos 90 e viver de contra-ataques. O que prejudicou os australianos foi a incompetência de Viduka no ataque. Só nos minutos finais da partida Hiddink ousou, tirando o ala Sterjovski e colocando o atacante Aloisi. Mas pouco adiantou.
A Austrália evoluiu em muito seu futebol e jogou como gente grande. Mas ainda é muito desorganizada - e esse foi o fator principal da derrota.

Aos 48 minutos, quando o jogo estava para acabar, Grosso iniciou bela jogada pela esquerda - o que, até então, não havia feito o jogo inteiro. Entrou na área. Neill desceu para a marcação e caiu no chão. Grosso tropeça em Neill e cai. E o juiz, em cima do lance, interpretou como pênalti - uma interpretação errada, de meu ponto de vista. Totti cobrou e definiu a partida. Itália, classificada, 1. Austrália, fim do sonho, 0.

E a Itália em 2002, dirigida por Giovanni Trappatoni, fora eliminada pela Coréia do Sul, dirigida por Guus Hiddink, graças a um erro de arbitragem. Hoje, poeticamente injusta, ou justa, venceu Guus Hiddink, hoje comandando a Austrália, graças a um erro de arbitragem. Injustiça poética - e justa?

Nota: é incrível a confiança que a equipe italiana passa em campo - mesmo quando não joga bem, mesmo quando dominada pelo adversário, não dá para imaginar este time sendo derrotado. Talvez Buffon, lá atrás, seja a base dessa confiança. Continuo afirmando meu favoritismo à Seleção Italiana. E acredito que só duas Seleções podem bater a Itália neste Mundial: Alemanha ou Argentina. É esperar para ver. Porque, com a personalidade que a Itália joga, é muito difícil batê-la.


Humberto Fernandes

O Thiago já comentou muito bem o que foi o jogo entre Itália x Austrália, então quero apenas complementar.

A Itália perdeu o zagueiro Materazzi expulso no começo do segundo tempo, no primeiro dos dois grandes erros da arbitragem. O segundo, claro, foi maior e decidiu o jogo: o pênalti em Grosso nos acréscimos. Porém, "ao vivo" acreditei que havia sido falta, mas no replay ficou claro que não.

A Itália foi melhor no primeiro tempo, com as melhores chances de gol, nos pés de Luca Toni. Que centroavante! Pra ele era bola no alto, e ele ganhava a maioria. Os italianos chegaram bastante principalmente enquanto Del Piero esteve bem. Depois ele sumiu.

Já a Austrália merece muitos elogios. Ainda abusa muito do jogo aéreo, mas se é o que o time pode fazer, então que seja assim. Guus Hiddink parece ser o tipo de treinador simples, que não inventa. Explora do seu time o que ele sabe fazer de melhor.

No segundo tempo a Itália se segurou como pôde. Marcello Lippi precisou sacar Toni para recompor a defesa após a expulsão de Materazzi. A Austrália adiantou timidamente o time em campo, nada muito arriscado. Mas a Itália vivia um drama. E parecia certa a prorrogação, a segunda da Copa, talvez a primeira disputa de pênaltis. Cheiro de zebra no ar... e então o lance decisivo, do pênalti, do gol da vitória. E a Itália não voltou pra casa mais cedo.

Não foi só o Brasil que penou diante da Austrália. E a Itália por pouco não viu a cor da derrota hoje. Tal como a Inglaterra, vai escorregando, mas vencendo.
thiagoleal | 2:35 PM |
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