Parece até implicância, mas estava escrito que a primeira arbitragem ruim da Copa seria do brasileiro Carlos Eugênio Simon. Ruim, pra não dizer péssima, porque até o momento em que ele não marcou um pênalti claro -- e outro duvidoso -- para os africanos estava conduzindo o jogo muito bem.

Árbitro à parte, Itália x Gana protagonizaram o melhor jogo da Copa até o momento. Melhor até que Argentina x Costa do Marfim. E talvez o resultado mais justo para o jogo de hoje fosse o empate.

Marcello Lippi escalou o time com três marcadores no meio-de-campo: Perrotta, De Rossi e Pirlo. Pra jogar contra Gana, que mantém a tradição da inocência africana. Os italianos não fizeram uma partida excepcional. No geral o time foi bem, mas é muito defensivo. E aí mora o perigo, porque a República Tcheca tem um saldo de gols maior e pode jogar na terceira rodada pelo empate para escapar do Brasil nas oitavas-de-final. Na metade do segundo tempo, com apenas um gol no placar, os italianos já jogavam todos atrás da linha do meio-de-campo.

Os atacantes Toni e Gilardino se entenderam bem no ataque, mas coube a Pirlo, em uma cobrança de escanteio, abrir o placar. Totti rolou a bola e Pirlo chutou de fora da área. Totti é aquele "número um" da Itália que o Zagallo usou no Brasil com o Rivaldo. Armador pra fazer o time jogar sem depender apenas de lançamentos.

A seleção de Gana fez um bom jogo. Correu o tempo todo, atacou sem medo, finalizou tanto quanto o adversário, porém sem êxito. Será que o time nunca treinou os fundamentos básicos do futebol? Melhorar passe e chute seria a minha sugestão. Com um pouquinho mais de qualidade teriam arrancado um empate.

No segundo tempo, em falha gritante da defesa africana, Iaquinta aproveitou e ampliou a vantagem para 2 x 0, matando o jogo.

A Itália é favorita, venceu na estréia e ainda tem futebol para desenvolver. Talvez se Lippi escalar o time mais ofensivamente. Mas na comparação direta entre o que República Tcheca e Itália demonstraram hoje, eu prefiro os tchecos.