Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
21 junho 2006
Já virou blasfêmia
Vamos esperar a Copa acabar para parar com a onda de endeusar essa Seleção?

Fazendo uma comparação de elencos.
1970
Pelé - Dispensa apresentações. Campeão do mundo com show em 58, bi-mundial pelo Santos em 62 e 63. Ganhou tudo a nível de Brasil e era a estrela maior de dois timaços: a Seleção e o Santos. Pelé foi dono de uma habilidade inigualável que, com passes curtos, driblava quantos adversários viessem em cima. Tinha visão de jogo para fazer lançamentos a distância e matava a bola no peito com a precisão de um bombeiro que apara uma pessoa caindo de um prédio (que comparação).
Rivellino - Maior ponta esquerda de todos os tempos. Sua velocidade era fantástica. Aliada a seus dribles, fizeram com que ganhasse de Maradona a alcunha de "melhor jogador de todos os tempos". Liderava o Corinthians que, só não ganhou título nenhum na época áurea de Rivellino porque no caminho tinha um certo time de branco. Ainda assim, gênio, veloz e dono de um chute canhoto fortíssimo - "atômico", como alguns preferem.
Gérson - Meia armador que começou carreira no Botafogo. Seu chute esquerdo era tão preciso quanto Didi, o Folha Seca. Mesmo sendo fumante, Gérson tinha fôlego para jogar 90 minutos sem pelo menos diminuir ritmo. E sua habilidade era igual a dos rapazes citados acima. Naquele ano, era a estrela nº 1 do São Paulo Futebol Clube que venceu o Campeonato Paulista.
Tostão - Ainda menino, liderou o Cruzeiro no título da Taça Brasil de 66. Contra ninguém mais ninguém menos que o Santos. De Pelé. Originalmente, era meio-campo. No entanto, o meio daquela seleção já estava fechado com Gérson e Rivellino. O que fazer? Desperdiçar o talento de Tostão no banco? Não. Foi improvisado como centroavante. Se jogou bem? Bom... o apelido Monstro da Copa deixa alguma dúvida?
Jairzinho - Atacante do Botafogo que levou o time aos campeonatos de 67 e 68. Habilidoso, Jair marcou gol em todas as partidas daquela Copa e terminou a competição com 7 gols - e o apelido Furacão do Tri. Se posicionava bem dentro da área, esperava a bola de frente (evitando todos os clichês de que atacante "toma bola nas costas") e girava com facilidade, como se não houvesse marcação - e havia.
Carlos Alberto Torres - A alcunha de "melhor lateral direito de todos os tempos" não é por menos. Defensor implacável, Carlos Alberto fazia, mais ou menos, aquilo que Gamarra fez em 98: roubava bolas de forma limpa. Subia com velocidade ao ataque, fazia cruzamentos e lançamentos longos... e chutava muito bem a gol. O goleiro italiano Albertosi que o diga...
Ainda havia nessa seleção - Uma excelente dupla de volantes: Clodoaldo, gênio do Santos; e Piazza, do Cruzeiro, gênio em proporções um pouco menores. Ambos com habilidade de um meio-campo. Basta lembrar dos três dribles seguidos que Clodoaldo deu, em seu campo de defesa, no marcador italiano, antes do 4º gol brasileiro da final de 70. Já o Piazza... bem... para um meio-campo mais ofensivo, era escalando apenas um volante. O que fazer? Desperdiçar Piazza no banco? Não. Improvisá-lo como zagueiro. E Piazza jogou com a mesma habilidade de um Domingos da Guia. Dois bons ponta-esquerda reservas: Edu, do Santos e Paulo César "Caju", do Botafogo. Dois zagueiros fantásticos: Brito, do Flamengo, e Fontana, do mágico Cruzeiro das décadas de 60 e 70.

Ou seja, um timaço. Conquistou a Copa do Mundo em 1970 com show. Encantou o mundo em partidas como Brasil 4 X 1 Tchecoslováquia; Brasil 3 X 1 Uruguai e Brasil 4 X 1 Itália.


1982
Zico - Para muitos, maior jogador brasileiro depois de Pelé. A verdade é que Zico era completo. tinha muita habilidade ambidestra, fazia cruzamentos, batia faltas perfeitas e liderava qualquer time. Pergunte a qualquer torcedor do Flamengo Campeão Mundial de 81 para vê-lo de olhos marejados.
Sócrates - O "doutor" entendia tanto de anatomia que usava seu calcanhar de forma mágica. Líder de um Corinthians que ainda tinha Casagrande e Zenon, líder de um movimento democrático dentro do Parque São Jorge em anos que o país gritava por democracia, líder em estatísticas de gols e chutes certeiros de qualquer campeonato, Paulista ou Brasileiro. Um dos maiores da história, ao lado de Zico.
Falcão - Melhor volante de todos os tempos. Jogava de cabeça erguida, com passadas largas e pacientes... a bola parecia grudar em seu pé. E, quando dava um passe, ela ia caprichosamente no pé do jogador, ou no ponto exato de um chute a gol. Além de ótimo assistente, tinha um chute mortal de fora da área. Nesta época, já era o "Rei de Roma".
Júnior - Lateral esquerdo com habilidade de atacante, com inteligência para jogar de volante, com força para chutar em gol e com precisão para cruzar. E ainda atacava de cantor... bem, melhor pararmos com seu futebol.. Que também faz os olhos de qualquer flamenguista marejar.
Cerezo - Primeiro volante com habilidades defensivas destacadas. E, apesar de ser mais defensor que atacante, subia ao ataque com precisão e responsabilidade, voltando a tempo de marcar. Nos anos 90, foi promovido a meio-campo e liderou o São Paulo na conquista do Mundial de 93.
A Seleção ainda contava com: Roberto "Dinamite", Éder e Serginho "Chulapa", exímios goleadores. O ataque, infelizmente, perdeu o gênio Careca por contusão. Na lateral direita, Leandro, um dos líderes da "seleção" Flamengo; na zaga, Oscar, um dos melhores zagueiros Brasileiros dos últimos 30 anos; e no meio Dirceu, grande destaque da Copa de 78.
OK, esta seleção perdeu a Copa. Mas todo mundo que fala em 82, fala no título da Itália... tem que se perguntar por que o Brasil não a conquistou. E perguntam. Ficam na memória os toques de calcanhar de Sócrates, os dribles de Falcão, os chutes de Zico, os cruzamentos de Júnior. Que era mais que show de habilidades. Era capaz de trazer vitórias. Pena que alguém em um plano superior quis que a mais importante delas não fosse conquistada.

Ainda podemos falar em 1958/62 cujo time contava com Garrincha, um jogador, no mínimo, indiscritível... Didi, o Folha Seca, e seu chute matador - aliado a sua habilidade fantástica e grande facilidade em marcar gols; Nílton Santos, melhor lateral esquerdo de todos os tempos, homem que inventou uma função aos laterais: atacar. Zagallo: meio-campo pragmático que também inventou um estilo, o jogo calmo e racional, que hoje chamam de "candenciado"; Gilmar, goleiro que saía bem do gol, tinha um ótimo reflexo, se esticava para salvar qualquer bola... e Vavá, atacante matador, um dos precursores do atual centroavante: o homem que recebe a bola e arranca para a área para marcar o gol. Que pena que este time deu o azar de não contar com Pepe, contundido nas duas Copas que conquistou. Todas as duas com show.

Agora me digam... por que comparar o time de 2006 a esses três times? Não exijo show... mas como colocar qualquer um desses jogadores de hoje, em suas respectivas posições, no patamar dos rapazes citados acima. Alguém me explica? Falam num time melhor que o de 70 e o de 82? Impossível. Mesmo que conquiste esta Copa - e eu duvido muito.
thiagoleal | 8:10 PM |
Camisa 10 não tem ligação nenhuma com a CBF e/ou com a FIFA.
Blog criado e atualizado por Luiz Felipe Pedone e Thiago Leal. Para maiores informações entre em contato por e-mail.

© Copyright 2005 Camisa 10