Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
17 junho 2006
A obra-de-arte Argentina
Seleção Argentina apresenta o melhor futebol em Copas - desde 1994

Não é exagero. Desde a Romênia em 94 que eu não via uma seleção jogar tão bonito numa Copa do Mundo. Ironicamente, aquela Romênia enfrentou justamente esta Argentina.

Ontem, contra a Sérvia, a Argentina ultrapassou os níveis do futebol - e fez do esporte uma verdadeira obra-de-arte. E o fez de uma forma tão bonita que, aqueles que têm coração mole, até deu vontade de chorar.

O segundo gol argentino, pelos pés de Cambiasso, foi antológico - comparado a um gol que está na galeria dos gols mais bonitos da história: o quarto gol do Brasil, na goleada de 4x1 sobre a Itália, pela final de 1970. E foi só um dos momentos bonitos desse show albiceleste.

E, nesse instante, me pergunto onde estão aqueles brasileiros que desdenharam a Seleção Argentina, após seu primeiro jogo contra a Costa do Marfim, onde o time argentino jogou MUITO BEM. E eu e o Humberto deixamos isso claro aqui no blog. Mas o que mais que se ouvia era comentários do tipo "Essa é a Argentina?" ou "Se a Argentina jogar assim, sem chance de ganhar a Copa!" Pois é... taí a resposta dos Argentinos. Satisfeitos?

Diferentemente do time que levou a virada nos cinco minutos finais de amistosos contra a Croácia e Inglaterra, essa Argentina não joga tão ofensiva, naquele 4-3-3 - um time verdadeiramente ofensivo, diferentemente do 4-4-2 tradicional de Parreira que o treinador faz questão de jurar de pés juntos que é ofensivo e tem "quatro atacantes". Para a Copa, sabiamente Pekerman optou, a princípio, por um 4-4-2. Os dois volantes, muito talentosos, fazem seu trabalho de primeiro combate e primeiro contra-ataque. Mascherano desarma o time adversário, Cambiasso puxa o time de forma ofensiva e liga o maestro Riquelme e Maxi Rodríguez, os homens de meio-campo. Daí, a bola chega com eficiência aos pés de Saviola e Crespo, missão que fica com Riquelme. Nesse instante, Rodríguez se adianta e encosta em Saviola e Crespo, virando um terceiro atacante. E o 4-4-2 argentino se torna, nos contra-atauqes, um 4-3-3 matador. Dessa forma, saíram dois gols de Rodríguez que mataram a Sérvia ainda no primeiro tempo. Isso contando ainda com o apoio de Sorín, que leva todo seu talento ao ataque, sendo mais ofensivo com muito meia por aí - e dando um verdadeiro show particular ontem.

Crespo, atacante ruim, continua fazendo o que sabe: gols. E ontem, por incrível que pareça, jogou bem. Deu até toque de calcanhar, digo de Sócrates. E o Saviola? Aquele menino magro que nunca passou de promessa, parece ter encontrado seu futebol. Decisivo em ataques no primeiro jogo e nessa partida antológica contra a Sérvia. Jogou muito bem e tem sido essencial para a Seleção Argentina.

Já outros dois garotos, ou melhor dizendo, pibes, deram uma demonstração do futuro que o futebol argentino tem pela frente. Léo Messi e Carlitos Tevez. O primeiro entrou e deu, de cara, o passe para o gol de Crespo - quarto gol argentino. O segundo, entrou em campo no lugar de Saviola e, em jogada individual que o torcedor corinthiano já conhece tão bem, marcou um golaço. Argentina 5x0. Os dois meninos, juntos, marcaram o gol que fechou a goleada. Passe de Tevez, chute de Messi e gol. Vitória esplândida da Seleção Argentina.

Hoje, todos parecem ter aberto os olhos para o futebol argentino. Quem tirou onda com a Argentina após a Costa do Marfim? Vai falar o que agora? Certamente, ficou com um gosto amargo na boca, e passou a temer aquela que, após essa vitória avassaladora, assume seu lugar como uma das seleções favoritas ao título do mundo.

E, quem teve o trabalho de desenhar a Argentina, agora enxergue o melhor futebol apresentado nesta Copa do Mundo - o melhor futebol já apresentado em Copas do Mundo desde aquele Brasil X Romênia de 94.

E, qualquer traço emocional neste relato, por favor me desculpem. Mas o jogo argentino foi tão bonito, ou melhor dizendo, hermoso, que até deu vontade de chorar.
thiagoleal | 2:35 PM |
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