Flamengo e Vasco decidiram uma Copa do Brasil que também teve o Fluminense como semi-finalista. Muito se falou aí que o futebol do Rio dava a "volta por cima" sobre aqueles que diziam que estava acabado. Pouca gente se importou com o fato de que Corinthians (àquela altura uma grande equipe), São Paulo, Palmeiras e Internacional estavam muito ocupados com a Copa Libertadores. E o Santos, o melhor dos times que disputava a Copa do Brasil, acabou caindo diante do Ipatinga - o fator surpresa. Numa decisão por pênaltis.
O melhor do Rio à época era, sem dúvida, o Fluminense. Único a trilhar um caminho brilhante eliminando de forma incontestável o Cruzeiro. E tido como favorito no Campeonato Brasileiro, brigando pela liderança. Vasco e Flamengo tiveram caminhos facilitados por Botafogo PB, ASA AL e ABC RN. Só nas semi-finais enfrentaram grandes adversários. O Vasco foi superior a um Fluminense enfraquecido, enquanto o Flamengo, mesmo muito inferior, conseguiu passar pelo Ipatinga. E demitiu, injustamente, seu treinador para trazer Ney Franco do Ipatinga - bem como três reforços do time mineiro, entre eles o Minhoca, como promessa de ser grande craque.
Para as finais, o Vasco, bem melhor, vindo de uma vitória sobre o Flamengo no fim-de-semana anterior. Como de praxe, amarelou, foi derrotado duas vezes pelo Flamengo, e perdeu o título. Mesmo assim, já vinha bem regular no Campeonato Brasileiro e, apostando na figura energética de Renato Gaúcho, perdeu o título mas continuou com um trabalho coerente. O Flamengo, por outro lado... virou uma lenda. Ney Franco virou um "gênio" por adotar um esquema estúpido - o 3-6-1, com a desculpa de que França e Itália teria usado esse esquema na Copa do Mundo (uma grande mentira, por sinal, quando as duas jogavam no 3-5-2, sendo os dois BEM OFENSIVOS). Minhoca com seu status de futuro craque e Renato, aquele que fora rejeitado no Corinthians, um jogador de ponta e cobrador de faltas de fazer inveja a Rogério Ceni.
Então, tudo volta ao normal. O Flamengo, com seus méritos por ter ganho a Copa do Brasil, descobre que está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Renato continua sendo o jogador irregular que era na época do Corinthians. Nada de craque, como muitos queriam. Diego, goleiro horrível que alguns clamavam ser um novo Júlio César esquenta o banco. Minhoca, não agüentou a pressão. Voltou ao Ipatinga. Sávio, contratação recente e genial, conseguiu o que se esperava: lesões. É o Sávio de sempre. E Ney Franco, ameaçado de cair.
Enquanto isso, o Botafogo, depois de muito lutar, saiu da zona de rebaixamento. O Fluminense, que todos creditavam como canditado a título segue caindo pelas tabelas com um Petkovic acabado e um Lenny, garoto fraco que só faz correr - e todos o achavam "gênio" - mostrando que não tem cacife para levar ninguém ao título. E o Vasco segue o mais regular. Sem estrelas, sem a simpatia da mídia, com o Eurico que todos odeiam... mas com um trabalho que todo time deveria usar no Brasil: manter um treinador.
E aí... volta aquela questão aos críticos que desdenhavam... cadê o futebol carioca?
Por Thiago Leal