Colunas e críticas sobre o futebol do presente e do passado. Análise das partidas e da atuação da Seleção, escalações, Campeonato Brasileiro e opinião dos colunistas. Cobertura do futebol nacional e internacional rumo à Copa do Mundo.

Redator publicitário e estudante de publicidade, pretendendo cursar jornalismo. Torcedor do Corinthians (SP). Grande fã do Ryan Giggs e de vários jogadores brasileiros, da Seleção de 70 e de 82 e de todos os grandes craques do passado.

Atualmente estudando para o Vestibular 2006, pretende cursar comunicação social na UFMG. É torcedor do Palmeiras e apreciador dos times europeus. Seus ídolos no futebol são Pelé, Zidane, Rivaldo e Ronaldo.
Torcedor do Santos, faz cursinho preparatório para Comunicação Social. Apaixonado por futebol nacional e internacional. Seus jogadores favoritos são Renato e Zidane.
Estudante do 7.º período de Administração na UFV. Aprendeu a acompanhar futebol com os olhos da razão, sem ‘torcedismos’. Fã dos jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Juca Kfouri. Na Copa do Mundo não vai torcer pela Seleção, por não apoiar a CBF.
27 junho 2006
BRASIL 3 x 0 Gana

[Prévia] Jogo fácil? Que nada.
Luiz Felipe Pedone
26/06/2006 às 21:10


Brasil e Gana fazem a penúltima partida das oitavas-de-final da Copa 2006. Pela primeira vez a seleção brasileira enfrenta um time africano na segunda fase de uma Copa. O jogo promete ser difícil, mesmo que o adversário não tenha uma grande história no futebol profissional.

A seleção não contará com Robinho, que sofreu um estiramento na virilha. O atacante do Real Madrid era um dos grandes candidatos para começar o jogo de amanhã. Outras mudanças são esperadas em relação aos dois primeiros jogos da seleção, mas aparentemente não será mantido o time que jogou contra o Japão, na última rodada. É provável que o técnico Parreira faça um mix entre essas duas escalações.

Gana entra em campo sem seu maior astro, o meia Michael Essien, suspenso após o segundo cartão amarelo, sofrido no jogo contra os Estados Unidos. Mesmo sem Essien, o time ganês não é fácil de ser batido. Fortes e habilidosos, os africanos irão incomodar. Dos que entrarão em campo amanhã, destaque para Stephen Appiah, o camisa 10 da equipe.

O árbitro será Lubos Michel, da Eslováquia. Experiente, tem participações importantes na EURO 2004 (fez a semi-final entre Portugal e Holanda) e na Copa das Confederações 2005 (final Brasil e Argentina), além de ter apitado dois jogos da primeira fase da Copa 2002.


[O JOGO]
por Thiago Leal

Jogando contra ninguém, Brasil faz atuação pífia. Mas mostra que é capaz de decidir como ninguém em talentos individuais

O primeiro movimento da Seleção Brasileira foi de animar. Um passe genial do genial (me permitam a redundância) Kaká para Ronaldo que, calando a boca de seus críticos (inclusive a minha, que fique claro), conseguiu uma bela arrancada e marcou um belo gol - seu gol de nº15 em Copas do Mundo, superando Gerd Müller e se tornando o maior artilheiro da história dos Mundiais.
Após o gol, no entanto, o Brasil dormiu em campo. Ronaldinho voltou a ficar apático, o que mataria o meio-campo brasileiro, não fosse a responsabilidade que Kaká chama para si. Zé Roberto, que continua batalhador, sofre uma pancada e continua em campo. O mesmo vale para Lúcio, que segue fazendo uma boa Copa do Mundo. Mesmo assim, o Brasil perde o gás e volta a fazer o jogo modorrento dos dois primeiros jogos da primeira fase. Gana, que supostamente jogaria no contra-ataque, passou a dominar o jogo, com seu time todo no campo ofensivo brasileiro, desperdiçando boas oportunidades - e o Brasil é quem fica no contra-ataque, sempre pelo meio, esbarrando na frana defesa de Gana.
A marcação brasileira foi surpreendentemente eficiente, apesar de uma falha grotesca de Juan na saída de bola que quase resulta numa finalização africana; e numa falha geral após escanteio, onde Mensah por pouco não empata para Gana - Dida defendeu no susto, com a canela.

Comparando o jogo da Seleção Brasileira com as demais... o primeiro tempo do Brasil se igualava à Inglaterra, em seu jogo contra o Equador. Até mesmo Itália e Argentina, que terminaram a primeira etapa empatando, tiveram equipes mais eficientes.
No entanto, ao final dos 45 minutos, o Brasil conseguiu um contra-ataque fatal ao ingênuo time de Gana. Desta vez, ataque pelas laterais, visivelmente carentes de marcação. E novamente brilhou o gênio de Kaká que armou jogada com Cafu, autor do cruzamento que resultou no gol ilegal, mas válido, de Adriano. Brasil 2x0. Este gol ilegal foi também o ducentésimo do Brasil em Copas do Mundo. Não foi um bom primeiro tempo, mas esse é o Brasil. Nem sempre joga bem. Mas define no talento individual e na capacidade de improviso.


O segundo tempo foi dos mais idiotas que a Seleção Brasileira já apresentou em Copas do Mundo. Gilberto Silva entrou e não mudou o time. O time inteiro se plantou na defesa, não conseguindo ligar nenhum contra-ataque - e, deu sorte do time de Gana ser tão incompetente no ataque. O time africano chegava na cabeça da área brasileira e simplesmente não sabia o que fazer. Parava a bola e chutava - isolava. Ou fazia passes errados. Cruzamentos patéticos. Mesmo assim, conseguiu encaixar dois belos ataques - duas bolas enfiadas salvas por defesas do goleiro Dida.
Juninho entrou para a saída de Adriano. Acontece o que a gente pedia? Nem tanto. Juninho entrou como volante plantado, não como volante/meio-ofensivo como se pedia. Mesmo assim, Ronaldinho subiu para a ponta-esquerda, para jogar ao lado de Ronaldo - como faz com Eto'o no Barcelona. Dava a impressão que Ronaldinho finalmente iria deslanchar. Não foi desta vez. E, com um time morto em campo, seria impossível que fizesse alguma coisa.

Próximo dos minutos finais, tivemos o que se pode dizer de uma arbitragem tendenciosa. Ontem, houve torcedor brasileiro reclamando da arbitragem que teria favorecido a Itália - não favoreceu. Apesar do erro de interpretação no pênalti que definiu o jogo, o árbitro também prejudicou a Itália ao expulsar, no início do segundo tempo, o zagueiro Materazzi de forma injusta. A expulsão matou o time italiano que fez um segundo tempo horrível - ou seja, errou dos dois lados, prejudicou os dois lados.
Aqui, além do gol de Adriano em posição de impedimento, o árbitro foi benevolente com Roberto Carlos e Dida que retardavam o jogo. OK, houveram muitas faltas de Gana que não foram punidas. Mas o juiz de repente expulsa o Gyan apenas porque o jogador tropeçou na área. Gyan tropeçou, num lance sem bola... o juiz interpretou de forma equivocada como se o jogador houvesse se jogado para cavar pênalti. Se jogar? Cavar pênalti? Num lance sem bola e sem jogador? Só se fosse louco!

Ricardinho entrou no final do segundo tempo. Entrou muito bem, pois fez o Brasil tocar a bola. E nos toques de bola, o Brasil chegou a seu terceiro gol, marcado por Zé Roberto. Ricardinho ainda vez a mágica de enfiar bola na área de Gana mais três vezes, todas as três desperdiçadas - a última, desperdiçada por Juan, após um toque mágico de calcanhar de Ricardinho. Há quem critique sua convocação. Pois é. Ricardinho fez em cinco minutos o que o restante do time não fez em 90.

Se houver de se escolher um melhor em campo, que seja o Kaká. Por alguns minutos do primeiro tempo. Ou o Zé Roberto, que teve uma marcação muito eficiente e foi eleito o melhor em campo pela FIFA. Mas se for para escolher o melhor em campo por um breve momento de brilho, eu ficaria com o Ricardinho.

E esse é o Brasil. Nem sempre joga bem. Mas, com tantos talentos individuais, resolve o jogo - e vence, mesmo jogando tão mal. 3x0, um belo placar. Vamos ver agora o que o Brasil fará contra um adversário de nível mais alto. Teve pela frente Croácia, Austrália e Japão. Agora Gana. Futuramente será França ou Espanha. Será que vai jogar do mesmo jeito?


por Humberto Fernandes

Oitavas-de-final da Copa do Mundo. Brasil goleia a surpresa Gana por 3 x 0.

Aos cinco minutos de jogo, um passe maravilhoso de Kaká deixa Ronaldo frente-a-frente com o goleiro para dar um drible lindo e abrir o placar. Nos acréscimos do primeiro tempo, Lúcio arranca com a bola dominada, passa para Kaká, que toca para Cafu cruzar (e errar!) e Adriano ampliar o placar, meio metro impedido. No final do jogo, Ricardinho lança Zé Roberto, que dribla o goleiro e põe números finais.

Não tem nada de mágico nisso. Exceto por lampejos, não há o que aplaudir. Primeiro porque o arrogante e teimoso Pé-de-Uva escalou o time que iniciou a Copa. Resultado: o time jogou muito mal. E logo hoje, quando o ataque se movimentou melhor que nas outras partidas em que a dupla de peso foi escalada. O algoz desta vez foi o meio-de-campo. Nossos volantes, Emerson e Zé Roberto, não participam do jogo. Não se apresentam ao ataque, não criam opções de passe e também não cumprem o principal, proteger a defesa. Quantas vezes Gana não tocou a bola e chegou ao gol de Dida?

Para sorte do Brasil, tanto Dida foi muito bem quanto Gana não sabe finalizar -- e isso já havia sido dito aqui no blog, depois da partida contra a Itália. E se nem os volantes nem os laterais davam conta da marcação e do combate, cabia aos zagueiros sair da área. Assim Juan cometeu várias faltas, ofuscando um pouco mais uma boa atuação. Está cada vez mais provado que a grande dupla desse time é Lúcio e Juan. Lúcio, um leão, sem faltas. Juan, preciso, habilidoso.

O que é Emerson?! Para sorte brasileira ele se machucou e foi tardiamente substituído por Gilberto Silva. Mas com o time todo mal em campo, G. Silva não se destacou, não garantiu sua posição para a próxima partida. E Zé Roberto, mais do mesmo, inclusive sendo eleito o melhor em campo. Deve ser sacanagem da FIFA.

No segundo tempo o Brasil melhorou, foi mais veloz sem Emerson e com Juninho Pernambucano, que também não fez grande partida. E de Ronaldinho Gaúcho eu já não espero um jogador dominante, apenas mais um qualquer. Infelizmente. Nem quando Adriano saiu Ronaldinho virou um atacante. Kaká também não fez boa partida. A Seleção Brasileira chegou mais vezes ao gol e levou menos pressão na etapa final, desperdiçando várias oportunidades, com Cafu, Ronaldo, Roberto Carlos e Juan.

Gana é do tipo que joga e deixa jogar. Sorte do Brasil, que aproveitou da ingenuidade africana e construiu um placar elástico, exagerado para o que foi o jogo. Apesar do Parreira, a Seleção avança na Copa.

No mais, as últimas entrevistas do "capitão" Cafu são preocupantes. Contra o Japão ele queria jogar porque "tem recordes a quebrar". Agora continua batendo no peito, aclamando por seus recordes e pelas marcas de seus companheiros -- gol 200 do Brasil para Adriano, 15 gols de Ronaldo em Copas, 100 vitórias de Roberto Carlos. A panelinha está unida! E a Seleção se perde na vaidade individual de seus astros. Pra ficar apenas nos laterais, os cruzamentos de Cafu foram péssimos, como sempre. No segundo tempo entregou seu cartão de visitas mais de uma vez, cruzando totalmente errado. E Roberto Carlos,... bom, alguém viu o Roberto Carlos?

Luiz Felipe Pedone | 12:00 AM |
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